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O governador Beto Richa (PSDB) demonstrou cautela, ao comentar, nesta quarta-feira (25), as negociações entre o governo do estado e os policiais militares, que pressionam pela regulamentação da Emenda 29 à Constituição do Paraná, dispositivo que estabelece a incorporação das gratificações no soldo dos policiais. Alegando responsabilidade, o tucano disse que "não dá para atender a todas as aspirações de cada categoria que compõem o funcionalismo".

"É natural que todas as categorias tenham aspiração de ganhar melhores salários, melhores rendimentos, planos de carreira e de salários. Agora, o cobertor é curto", justificou Richa, durante entrevista coletiva concedida na reinauguração do Palácio das Araucárias.

Richa enfatizou a limitação das "possibilidades financeiras" do estado, mas lembrou que o governo está disposto a dialogar com os policiais e que tem seguido as negociações. "Eu tenho acompanhado e a evolução tem sido satisfatória", afirmou.

Para associação, governo precisa estabelecer prioridades

O presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares (Amai), coronel Elizeo Furquim, viu com reticências as declarações do governador e ressaltou que uma melhoria efetiva da segurança pública só ocorrerá com a valorização dos policiais.

"Quando é que o cobertor não está curto? O governo sempre vai dizer que está curto. Agora, é preciso que o governo estabeleça quais são as suas prioridades. Se não houver investimento, não vai acontecer nada de positivo [na segurança pública]", avaliou Furquim.

O vice-presidente da Associação de Praças do Estado do Paraná (Apra), o sargento Jayr Ribeiro Junior, lembra que a Emenda 29 não estabelece aumento salarial, mas uma "reposição histórica". Mais comedido, no entanto, ele avalia que se não houver recursos suficientes, o governo do estado deve iniciar a implantação "de forma gradativa".

"O Paraná é um estado rico. Em Sergipe, que tem menos recursos, os policiais ganham o dobro. Estamos procurando uma forma ideal e justa de ressalvar essa implantação [da Emenda 29]", disse.

Mobilização

A mobilização dos policiais militares começou a tomar corpo na semana passada. No início da semana, a frequência do sistema de comunicação foi "invadida" e passaram a veicular mensagens de apologia à aprovação da Emenda 29. Até músicas sertanejas foram tocadas nas viaturas e comunicadores dos policiais. Havia suspeitas de os praças – como são conhecidos soldados, cabos e sargentos – estavam usando esse sistema para articular uma paralisação.

No meio da semana, o comando da PM reagiu, minimizou as articulações e disse que qualquer paralisação seria punida com "medidas legais cabíveis". As declarações acabaram fomentando uma nova ação dos policiais que, no fim de semana, fizeram uma manifestação da Boca Maldita, no Centro de Curitiba. Paralelamente, um fórum composto por sete entidades que representam os PMs e o Corpo de Bombeiros mantém negociação com o governo do estado.

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