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Dezenas de pessoas acompanharam o enterro de Rachel | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Dezenas de pessoas acompanharam o enterro de Rachel| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Família faz apelo por informações que levem até o autor do crime

Alunos, professores e funcionários do Instituto de Educação Erasmo Pilloto, localizado no Centro de Curitiba, prometem fazer uma passeata a partir das 10h30 desta sexta-feira (7) para pedir justiça pela morte da aluna Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre. O corpo da menina de 9 anos foi encontrado dentro de uma mala abandonada na rodoviária da cidade na madrugada de quarta-feira (5), com sinais de violência sexual e estrangulamento.

De acordo com Marisa Peruzzo, vice-diretora da escola, os 1,5 mil alunos do turno da manhã serão dispensados das aulas após o intervalo. "Todos estão convidados para se juntar ao pedido de paz. Esperamos a participação de mais de mil pessoas", diz Marisa.

O grupo sairá da frente do Instituto de Educação, localizado na Rua Emiliano Perneta, 92, e se seguirá pela Rua XV de Novembro até a agência dos Correios da Praça Santos Andrade. Segundo Marisa, o clima na escola, onde as aulas foram retomadas nesta quinta-feira, ainda é de luto. "Há muita comoção e revolta por parte dos alunos", diz. "Foi uma barbárie".

Enterro

O corpo de Rachel foi enterrado por volta das 10h30 desta quinta-feira (6) no Cemitério do Santa Cândida. O sepultamento aconteceu debaixo de muita chuva, acompanhado por mais de 100 pessoas, entre amigos, colegas de escola e familiares. Crianças carregavam faixas em homenagem à menina e convidavam os demais presentes a participar da passeata marcada para a sexta-feira.

Pouco antes do enterro, o pai de Rachel, Michael Genofre falou emocionado sobre a filha. "Ela era o meu tesouro. Todo mundo gostava dela", disse. "Mas, a partir de agora, ela está em uma situação melhor".

Investigações

O corpo de Rachael foi encontrado dentro de uma mala abandonada na Rodoferroviária de Curitiba por volta das 2h30 da madrugada de quarta-feira (5). O computador que a menina usava para se comunicar com outras pessoas via internet será periciado. O lençol que envolvia o corpo no momento em que foi achado também passará por uma análise. Segundo a polícia, há indícios de que o lençol pertence a um hotel .

De acordo com o delegado da Delegacia de Homicídios, Naylor Robert de Lima, as imagens de câmeras da Rodoferroviária e da área central, próxima ao colégio de Raquel, já foram requisitadas. "Vamos ver se conseguimos identificar algo nessas imagens", afirmou. O trabalho da polícia deve ser dificultado pelo fato de que na Rodoferroviária as câmeras existentes estão voltadas para os pontos de táxis. De acordo com a Urbs, que administra o terminal, uma licitação foi aberta em setembro para aquisição de câmeras de segurança. A previsão era concluir o processo de compra do equipamento neste mês.

Quem tiver informações que possam ajudar nas investigações sobre o assassinato de Rachel pode entrar em contato com a Delegacia de Homicídios pelos telefones 3363-0121 e 3363-1518. A identidade do informante será mantida em sigilo.

Crime

Rachel estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina era filha de uma professora e ia e voltava todos os dias sozinha da Vila Guaíra, onde morava, até a escola, de ônibus. O desaparecimento já estava sendo investigado desde a segunda-feira (3) pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).

A mala foi encontrada embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual, por uma família indígena, que estava morando no local havia duas semanas. O corpo estava inteiro, ainda com o uniforme do Instituto de Educação e apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do IML confirmaram que a menina sofreu violência sexual.

O crime chocou família, amigos, e pais colegas da menina. Rachel cursava a 4ª série no Instituto de Educação. Filha de pais separados, a menina morava com a mãe e os avós maternos na Vila Guaíra. Em outubro de 2007, quando estava na 3.ª série, ela ganhou o terceiro lugar no 13.º Concurso Infanto-Juvenil de Redação, promovido pela Seção Infantil da Biblioteca Pública do Paraná. Este ano recebeu o primeiro prêmio no mesmo concurso.

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