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“Num país com conflito externo, os defensores dos direitos humanos são o primeiro alvo de ameaça. Chegou a uma situação difícil de suportar porque tenho família.” Lilia Vargas, refugiada colombiana | Arquivo pessoal
“Num país com conflito externo, os defensores dos direitos humanos são o primeiro alvo de ameaça. Chegou a uma situação difícil de suportar porque tenho família.” Lilia Vargas, refugiada colombiana| Foto: Arquivo pessoal

A colombiana Lilia Vargas, 46 anos, vive desde novembro de 2004 no Brasil. Em Goiás, ela conseguiu montar um negócio próprio, fez amizades e hoje mora com os quatro filhos e três netas. Só que nem sempre foi assim. Quando Lilia chegou ao Brasil, refugiada da Colômbia, enfrentou preconceito e chegou até a pensar em voltar para seu país, que registrava conflitos internos, disputa de territórios e problemas econômicos e sociais.

Lilia acredita que o Brasil precisa investir em campanhas educativas para a população local, já que tem recebido cada vez mais refugiados. "O preconceito existe porque as pessoas não sabem o que é esse espaço de refúgio", diz ela. "A população não tem culpa disso. É falta de informação e de conhecimento", pondera.

Na Colômbia, Lilia desenvolvia um trabalho em defesa dos direitos humanos. "Num país com conflito externo, os defensores dos direitos humanos são o primeiro alvo de ameaça." Ela foi incluída em um programa de proteção, só que a situação piorou. "Chegou a uma situação difícil de suportar porque tenho família."

Integrantes da rede internacional de direitos humanos ofereceram a ela opções, como Espanha, Bélgica e Brasil. Lilia optou pelo Brasil por causa da proximidade com seu país. Chegou aqui com apenas uma mala de roupas e recebeu apoio tanto financeiro quanto psicológico do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

Lilia ficou sete meses em Brasília e depois foi morar em Maringá, no Noroeste do Paraná. Na cidade, diz ter enfrentado forte preconceito e até chegou a pensar em voltar para a Co­­­lômbia. "Prefiro lutar com a situação de minha terra, sacrificar minha vida, mas não vou enfrentar o preconceito que estou enfrentando aqui", pensou. Ela diz que em Maringá não conseguiu colocar os filhos na escola e que as pessoas questionavam o porquê de ela estar no Brasil.

De Maringá, Lilia se mudou para Goiás, onde vive até hoje. Desde que chegou ao Brasil, nunca mais retornou para a Colômbia, onde vivem a mãe dela e os irmãos. "Se um dia eu puder visitar minha família, seria muito importante. Espero um dia ter condições para isso", diz.

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