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Dizem os especialistas em desuso que os consumidores já estão condicionados à "obsolescência programada". É quando os profissionais de marketing introduzem deliberadamente a obsolescência em sua estratégia de produto, com o objetivo de gerar um volume de vendas sucessivo e duradouro; já a "obsolescência percebida" é uma forma de reduzir a vida útil dos produtos que ainda são perfeitamente funcionais.

Com essas estratégias, os fabricantes lançam produtos com aparência inovadora e mais agradável, dando aos produtos antigos o aspecto de ultrapassados. Dessa forma, induzem a piazada a trocar a camisa 10 quando o time troca de goleador.

No caso do guarda-chuva, por exemplo, há muitos e muitos invernos já não se fazem mais galochas, muito menos sombrinhas daquelas feitas para durar da bisavó à bisneta. O que temos hoje são umbrelas híbridas, de "obsolescência programada e percebida". Ou seja: quando os vendedores ambulantes "percebem" que vem chuva, vendem-nos em caráter de urgência guarda-chuvas "programados" para durar apenas aquele aguaceiro.

Como os curitibanos são tão organizados que fazem fila até para pular poça d’água, a cidade está precisando implantar um sistema de "guarda-chuva público". Seria uma forma de socorrer os pedestres com uma dessas "obsolescências programadas". Com o sistema de guarda-chuva comunitário em cada quadra – especialmente no Centro da cidade, onde a demanda é maior –, assim que do céu chovesse canivete o cidadão apanharia um guarda-chuva sob a marquise mais próxima e o devolveria logo adiante. Ou na semana seguinte, caso a chuvarada perdurasse por muito tempo.

"De difícil viabilização!" – dirá o economista ao urbanista. Não tanto, se alguma companhia telefônica concordasse em patrocinar o projeto. Com milhares de "guarda-chuvas públicos" circulando pela cidade, não teria veículo mais apropriado para vender a ideia do celular com "melhor cobertura".

Além do guarda-chuva, temos um bom número de descartáveis no mercado de supérfluos: bares, restaurantes, charutarias, amigos de Facebook, amantes, técnicos de futebol, sertanejos universitários, escritores de autoajuda, blogueiros e até jornalistas, levando-se em conta que os próprios professores de Jornalismo ensinam que os jornais estão com os seus dias contados. Sem esquecer o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, jogado no lixo com a cadeira e tudo.

Dona de casa intransigente, Dilma Rousseff é adepta do lixo que não é lixo. Com "obsolescência programada", o seu novo ministério não só pode ser reciclado como também algumas peças devem ser descartadas para evitar o chorume da Petrobras. "Obsolescência percebida" é o caso do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Com apenas um dia de uso, a concessionária o obrigou a fazer um recall na língua.

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