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 | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Duas polêmicas, vários trechos em obras e uma infinidade de prejuízos. Esse é o cenário no Batel, em Curitiba, em função de serviços executados pela prefeitura. De um lado do bairro, o impasse do granito das calçadas atrasou a revitalização da Avenida Batel. Do outro, a ameaça de divisão da Praça do Japão tornou mais morosos os trabalhos de adequação da Avenida Sete de Setembro à circulação do Ligeirão Norte.

O canteiro de obras é alvo de reclamações. A gerente da Brioches Pães e Doces, Sônia Poncio, conta que desde que as obras começaram na esquina com Rua Coronel Dulcídio, em 2 de novembro, o movimento caiu 40%. "Ninguém consegue parar aqui. E até parece brincadeira: eles colocaram o tubo, tiraram para fazer buracos, colocaram novamente e retiraram mais uma vez, porque resolveram instalar outro maior". Ela não é a única a se queixar.

O presidente da Associação dos Condomínios do Batel, Paulo Nascimento, reclama das dificuldades que os usuários enfrentam para pegar ônibus (foto). "Eles desativaram duas estações e não dimensionaram o impacto. No fim de tarde, uma fila enorme se forma no tubo da Rua Bento Viana", reclama.

Segundo a prefeitura, as obras de revitalização na Avenida Batel serão finalizadas até o fim do mês. Já os serviços na Sete, no trecho entre Rocha Pombo e Bento Viana, seguem até julho. A execução do restante da obra dependerá do desfecho da polêmica sobre a Praça do Japão.

Mal informados

O site da prefeitura de Curitiba informa que doentes crônicos devem apresentar "receita de medicamento de uso contínuo ou carta/declaração do médico informando ser portador de doença crônica" para receber a vacina da gripe. O problema é que nem todos os servidores estão cientes disso. Um leitor e a esposa, ambos hipertensos, foram à mesma unidade, com a receita em mãos, em dias diferentes. Ele recebeu a vacina, ela teve o pedido negado.

Conversa afiada

Manoel Lucas Javorouski, veterinário

O suaíli do Zoo de Curitiba

Os dois metros e pouco de altura, a barba espessa e os cabelos compridos fazem de Manoel Lucas Javorouski um sujeito peculiar. Mas é quando bota o chapelão e veste o jaleco do exército que o veterinário se transforma num verdadeiro suaíli. Vez ou outra, até insiste em falar como se o zoológico de Curitiba, local onde trabalha há 17 anos, fosse uma savana africana – "Ali está o simba", avisa Manoel, apontando para o leão que descansa.

Javorouski fala com a paciência de um buda e o didatismo de um professor, mesmo quando uma cotia invade a jaula do hipopótamo. Principal responsável pela saúde dos bichos do zoo, ele participou do passeio ciclístico que inaugurou o espaço, há 31 anos. Quase na mesma época, "esquecia do mundo" ao assistir ao seriado Daktari. A estrela era o leão vesgo Clarence, que não podia caçar e ficava à mercê de um veterinário. Manoel gostou.

Javorouski não tem um bicho preferido. Faz cafuné nas lhamas, discursa sobre os possíveis problemas psicológicos dos ursos e conta histórias sobre seus três guapecas. Ao explicar a relação que tem com todos aqueles animais, oferece uma leitura realista à mais famosa frase de Antoine de Saint-Exupéry, autor de o Pequeno Príncipe: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Colaborou Cristiano Castilho

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