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O ano velho terminou e o novo começou com algumas más notícias de sempre, em geral ligadas à omissão e ineficiência do poder público. Espírito Santo e Minas Gerais sofreram com as chuvas de verão – sem que haja prevenção efetiva, com sempre. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que o Brasil é o país que mais se atrasou nos preparativos de uma Copa desde a década de 70.

Nenhuma novidade. O país está atrasado em muitos aspectos. Os congestionamentos rodoviários nos feriadões do Natal e do réveillon mostraram a necessidade urgente de ampliar e melhorar as estradas. Nas praias, houve vários relatos de falta de água. A demanda foi maior do que a produção. Investimentos atrasados.

Mais grave ainda é que o Brasil está desperdiçando o "bônus demográfico", conforme mostrou reportagem da Gazeta no domingo (veja o texto em http://bit.ly/1gCbykI). Esse bônus é o período que deve ser aproveitado por um país para enriquecer porque a população trabalhadora é maior do que a de aposentados, crianças e adolescentes. A janela de oportunidade brasileira se abriu nos anos 70 e se fecha em uma década. A partir daí, o peso da Previdência será cada vez mais elevado. Vai ser preciso ganhos elevados de produtividade para proporcionar bem-estar a todos.

Isso só ocorrerá com pesados investimentos em educação. Mas nisso também há muito atraso público. O Congresso discute há três anos o Plano Nacional de Educação e a proposta em análise, segundo especialistas, é tímida – segundo reportagem de segunda-feira da Gazeta (leia a íntegra em http://bit.ly/1bOhRwd).

Mas, em meio às más notícias, alguns sinais de otimismo brotam não dos gabinetes da burocracia, mas da própria população. Eles indicam que o povo é melhor que os governos.

Os brasileiros já perceberam a premência daquilo que as autoridades acham que dá para adiar. A educação, por exemplo, começa verdadeiramente a entrar no rol de prioridades da população. Após o boom do consumo de carros e eletrodomésticos, a nova classe média está investindo nos estudos – inclusive se endividando para se aperfeiçoar.

Pesquisa da empresa de recrutamento Vega, divulgada em novembro, constatou que o pagamento da faculdade, escola ou curso já é o principal motivo de endividamento para 28% das pessoas que procuraram emprego temporário no fim de ano para quitar seus débitos. Ficou atrás apenas do cartão de crédito (59%). Além disso, os últimos dados oficiais mostram que o número de alunos ingressantes no ensino superior cresceu 17,1% de 2011 para 2012. O aumento médio dos dez anos anterior havia sido de 8,4%. O brasileiro já sabe que precisa de mais qualificação. Falta o poder público fazer a sua parte. Por enquanto, está atrasado.

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