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Na madrugada do dia 6 de setembro de 1947 começou a mudar a vida de um jovem funcionário do Banco do Brasil. Era o Marlo Litwinski, que com seu Fusquinha rumava para Antonina, onde sempre passava seus fins de semana. Eram três horas da madrugada, quando parou num posto de gasolina no alto da Serra do Mar para comprar cigarros.

Chovia forte, fazia muito frio e a cerração era intensa.

Nervoso com o fato do posto estar fechado e não ter mais cigarros, viu um vulto se aproximando. E imaginou: "Só me falta ser assaltado".

Era um cidadão de meia estatura, de óculos, que, simplesmente, pediu ajuda ao Marlo para trazê-los, a Curitiba, pois o seu companheiro precisava estar em Brasília no dia Sete de Setembro para as comemorações alusivas ao feriadão.

O cidadão de óculos que abordou o Marlo explicou que seu Galaxie tinha atingido uma pedra e furado o cárter. Marlo não perguntou nada, quem eram etc. Só disse que precisava comprar cigarros urgentemente e que depois os traria até Curitiba.

Nisso, aparece um senhor alto e magro e uma senhora, toda encasacada. O senhor alto entregou-lhe duas carteiras de cigarros, o que acalmou por completo o jovem funcionário depois de umas baforadas.

No trajeto de volta a Curitiba, o senhor alto, que se sentou ao seu lado, começou um interrogatório: nome, idade, por que de viajar áquela hora, onde trabalhava, onde estudava, etc. Marlo pensou ter entrado numa fria. Mas o homem não deu nenhuma dica de quem era. Nada!

Quando chegaram no posto da Polícia Rodoviária, ali perto do Guatupê, o homem mais baixo mandou Marlo entrar e ele o fez erradamente, provocando veemente reclamação do policial. Marlo estacionou, e o senhor mais baixo de óculos desceu, conversou com o guarda que imediatamente rumou para o carro do lado do passageiro, perfilou-se e tratou o senhor alto com toda deferência.

Os caronas desceram, o policial chamou um companheiro que imediatamente fez funcionar o carro da patrulha que os conduziu até Curitiba.

Marlo recebeu agradecimentos efusivos, pois se negara a receber qualquer recompensa financeira, e o sr. magro e alto entregou-lhe um cartão de visitas.

Aí Marlo soube que dera carona para o ex-ministro Karlos Rischbieter, na época presidente da Caixa Econômica Federal; para dona Franchette, esposa do ministro (uma das mais famosas arquitetas da prefeitura de Curitiba) e para o dr. Mário Petrelli, mais tarde diretor da Caixa e do Banco do Brasil.

Alguns meses depois Rischbieter assumiu a Presidência do Banco do Brasil e mandou assessores encontrar o Marlo em Curitiba. O alvoroço no banco foi enorme. A história correu e hoje faz parte das memórias do BB.

Mais tarde, Marlo, que é especialista em marketing, recebeu inúmeras deferências culminando por fazer parte da equipe do presidente da República, na qual foi coordenador de comunicação e marketing no comitê da eleição de 1994 e depois diretor de Marketing Político do PSDB Nacional.

Uma das versões que corria no Banco do Brasil era que Marlo tinha salvado a vida do dr. Karlos, inclusive feito respiração boca a boca depois de retirá-lo do carro despedaçado num acidente grave.

O cavalo encilhado passou e Marlo montou, como dizem os gaúchos.

As respostas do Brustolim – Quando o ex-presidente da Federação do Comércio do Paraná, Rubens Armando Brustolim, sofreu uma crise de pancreatite foi levado às pressas para a Santa Casa de Misericórdia.

Foi atendido pelo médico Saburo Sugisawa, que depois de sedá-lo para aliviar as fortes dores, começou a indagar o modo de vida de Brustolim.

Perguntou para a esposa Beti e para a Marília Campos – filha do ex-secretário Goyá Campos – amiga da família, se o Rubens bebia.

Não! Foi a resposta de ambas.

Saburo chegou para o paciente ainda meio zonzo dos calmantes, fez a mesma pergunta.

– Rubens você bebe?

– Bebo...

– Rubens não bebe!

– Depois o doutor Saburo começou a traçar uma dieta.

Perguntou:

– Rubens você gosta de macarrão de glúten?

– Não! Só do Bologna...

Risoto da Nona Lucia

Para seis pessoas:Meio quilo de arroz; um quilo de peito de frango desossado em pedaços pequenos; meio quilo de moelas de galinha; duas cebolas raladas; meia cabeça de alho picadinho; 200 gramas de bacon defumado picadinho miúdo; queijo parmesão ralado e 200 gramas de manteiga.

Caldo:A parte faça um caldo com meio quilo de músculo e um frango caipira (ou um pato) com magerona, sálvia, duas cenouras picadas; dois talos de aipo picado e uma erva-doce de cabeça em cinco litros de água mineral. Cozinhar em panela de pressão durante uma hora acertando o sal no fim. Coar e deixar em banho-maria.

Preparo do risoto:Refogue pela ordem o bacon em meia xícara de óleo de milho, deixe-os douradinhos. Aplique o alho e a cebola e deixe-os transparentes.

Antes cozinhe à parte as moelas picadas em quatro pedaços, em panela de pressão com pouca água, durante 30 minutos.

Depois de refogar o alho e a cebola, coloque os pedaços de frango, deixe-os ligeiramente dourados. Coloque as moelas e em seguida o arroz. Mexa bem, dando uma refogada de três minutos. Vá colocando aos poucos o caldo fervente e mexendo sempre. Ponha mais caldo e mexa raspando o fundo para não grudar.

Quando sentir que o arroz está quase cozido, vá pondo também queijo parmesão ralado e pedaços de manteiga. E coloque mais caldo e sempre mexendo. Mais úmido ou mais seco é do gosto pessoal. Não esqueça do sal. Uma pimenta do gosto, de leve, dá mais vida.

***

A coluna é em homenagem ao jornalista Francisco Camargo, o Pancho, apelido que ganhou na infância por portar sempre um revólver de brinquedo se dizendo o revolucionário mexicano Francisco (Pancho) Vila.

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