• Carregando...
Partida da Estação de Curitiba das tropas do Regimento de Segurança com destino a União da Vitória, em 26 de setembro de 1912 | Acervo histórico CD
Partida da Estação de Curitiba das tropas do Regimento de Segurança com destino a União da Vitória, em 26 de setembro de 1912| Foto: Acervo histórico CD
  • No dia 15 de outubro de 1912, João Gualberto saía com suas tropas de União da Vitória rumo a Palmas
  • O caixão com o corpo de João Gualberto chega ao Quartel do Tiro Rio Branco, onde seria velado. Foto do dia 6 de novembro de 1912.(O Quartel do Tiro R. Branco estava no local onde hoje se encontra o Banco do Brasil, ao fundo vemos parte da Rua Dr. Murici)
  • O acompanhamento fúnebre com o caixão de João Gualberto passa pela Rua XV de Novembro, em 6/11/1912
  • Foto do coronel João Gualberto
  • Duas fotos da Universidade do Paraná. Na de cima vemos o prédio quando foram construídas as alas laterais, em 1927. Na de baixo, feita em 1946, temos a fachada iluminada em regozijo à Federalização
  • O corpo de João Gualberto, tombado nos campos do Irany em 22 de outubro, chega na Estação de Curitiba no dia 6 de novembro de 1912, às três horas da tarde

Este ano de 2012 tem duas comemorações importantes para Curitiba e o Paraná. No mês de outubro estará acontecendo o centenário do início da Campanha do Contestado, acontecimento que envolveu a exploração dos pinheirais, do Sul do estado e de parte do que é hoje o oeste de Santa Catarina, por uma serraria norte-americana que praticamente dizimou aquela essência florestal da paisagem.

A espoliação de colonos e caboclos gerou um sentimento de revolta, de cuja ira se aproveitou um falso monge para agregar os descontentes e, mesmo os revoltados, ao seu comando. Em março de 1912, assumiu o governo do Paraná Carlos Cavalcanti de Albuquerque, militar de carreira do Exército. O estado saía de um litígio territorial com a República Argentina em cujo espaço se acoplava as terras que Santa Catarina pretendia; era o território do Contestado que chegava a fazer divisa com o Rio Grande do Sul.

Em agosto de 1912, o capitão João Gualberto Gomes de Sá, oficial engenheiro do Exército, fundador do Tiro Rio Branco, estava sendo cogitado para assumir a prefeitura de Curitiba, entretanto, o presidente do estado e seu companheiro de arma convidou o capitão para assumir, comissionado no posto de coronel, o comando do Regimento de Segurança, o que foi prontamente aceito.

No mês de setembro chegavam à capital notícias vindas de Palmas sobre as tropelias e o ajuntamento de fanáticos em torno do monge que se denominava José Maria afim de se confundir com outro cenobita, de nome João Maria, que em anos anteriores circulava pela região e era considerado milagreiro. O movimento desses fanáticos era um prato cheio para a política catarinense, com aquele espaço perturbado e em ebulição, os desejos de posse da área contestada deveriam ser resolvidos rapidamente.

Para liquidar de vez à movimentação dos fanáticos, o coronel João Gualberto embarcou para Palmas a frente do Regimento de Segurança no dia 26 de setembro de 1912, ficando acantonado com a força em União da Vitória até o dia 15 de outubro, quando partiu com a tropa aos campos de Palmas. No dia 22 de outubro deu-se o enfrentamento das tropas do Regimento de Segurança com os fanáticos do monge na localidade denominada Irany. No combate morreram o comandante João Gualberto e o monge. Estava desencadeada a Campanha do Contestado que só terminaria em 1916, com o Paraná perdendo boa parte do seu território.

O Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, através do seu presidente Ernani Straub, vai promover, durante 2012, uma série de palestras e debates sobre os acontecimentos políticos referentes ao Contestado.

Outro centenário de suma importância para a cultura paranaense se refere à criação da Univer­­­sidade do Paraná, a primeira do Brasil, em 19 de dezembro de 1912. Desde a ereção do seu prédio em 1914, aquela instituição atraiu estudantes do país inteiro, principalmente depois de sua federalização, o que veio a dar o título de "Curitiba, capital universitária" e, após uma campanha patrocinada pela Gazeta do Povo, ter sido eleita por voto popular como "Símbolo de Curitiba". A reitoria da UFPR tem por dever e obrigação festejar durante todo este ano o grande feito em favor de nossa cultura, acontecido há cem anos passados.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]