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O público transita e se reúne na primeira quadra da Rua XV de Novembro, em 1939 | CD/Arquivo
O público transita e se reúne na primeira quadra da Rua XV de Novembro, em 1939| Foto: CD/Arquivo
  • Hora de encontrar os amigos nos cafés da Rua XV. Foto doSenadinho, em 1946
  • A Rua XV já era uma artéria de frequência de pedestres. Foto doSenadinho, em 1945
  • Uma tranquila manhã de inverno na Rua XV de Novembro, em 5 de agosto de 1945
  • Rua XV de Novembro esquina com Monsenhor Celso. Os pedestres conviviam em paz com os automóveis, em foto de 1930
  • Grupo de distintos cavalheiros reunidos na esquina da Rua XV com Marechal Floriano. Note-se o piso da calçada na década de 1940
  • O tempo passava, e a Rua XV era o ponto de encontro preferido do curitibano. Como o desses rapazes na esquina da Rua Dr. Murici, em 1962

Bem, amigos! Quem está neste mundo está sujeito a tudo. Agora vamos voltar ao assunto: calçadas curitibanas. Dia desses bati os olhos na coluna da colega Marleth Silva, onde ela, com o seu texto conciso e agradável, analisava as calçadas por onde Woody Allen anda, em seus filmes é claro. Muito bem. A cronista se declarou vidrada em calçamentos que aparecem nos mais variados filmes, feitos nas mais diversas cidades do mundo.

Já o escriba aqui não está preocupado com outras calçadas do mundo inteiro, porque se estivesse morreria de inveja das cidades bem cuidadas e bem administradas que existem por aí afora, principalmente lá fora. A preocupação é causada pelos passeios, pela pavimentação aplicada nos espaços reservados aos pedestres desta mui badalada Curitiba.

Lembro que anos passados andou por aqui um jornalista da extinta Editora Bloch e que escreveu numa das revistas daquela editora mais ou menos o seguinte: "... Quem chega a Curitiba e pelo seu centro caminha sente logo o perfume floral exalado pelos canteiros enflorados da Rua das Flores..." E por aí ia a arenga do texto, obviamente muito bem encomendado. Todo curitibano conhece qual é o perfume exalado na apelidada Rua das Flores, pelas suas bocas de lobo; assim como na maioria das ruas por onde correm pelo subsolo os rios, riachos e valetas carregados de puro esgoto.

Agora aparece uma notícia de uma tal Mobilize Brasil (Movimento em prol da mobilidade urbana sustentável) indicando que Curitiba é a terceira cidade com as melhores calçadas do Brasil. Será o Benedito? Nós vamos ter de morar sempre numa cidade de terceira? Quem não lembra daquele israelo-americano de São Francisco da Califórnia que por aqui circulou por ocasião da posse (a segunda) de Jaime Lerner na prefeitura? Aquele mesmo que alardeou ser Curitiba uma das três melhores cidades do mundo para se viver. Equiparada a Roma e a São Francisco, esta última terra do próprio portador da notícia.

Estamos em um momento em que a cidade recebe asfalto em ruas que estavam com seus pisos em perfeito estado, calçadas novas (sem ônus para os felizes moradores) e que substituem outras satisfatoriamente transitáveis. Tudo isso pela área central, em detrimento das demais ruas de bairros, cujos moradores se quiserem têm de pagar as próprias calçadas e, quando há pavimento na rua, nada mais é que uma colcha de remendos de um arremedo de asfalto da mais baixa categoria. Quando tudo isso está acontecendo, o curitibano vai ter de engolir mais esta lorota de que temos, em 3º lugar, as melhores calçadas do Brasil? Está na hora de parar de achar que aqui todo mundo é trouxa!

Para amenizar o domingo, a Nostalgia está ilustrada com fotografias da antiga Rua XV de Novembro, quando o povo ali se reunia para bater seus papinhos e transitar sobre calçadas niveladas e construídas com esmero e técnica, onde ninguém tinha medo de estar a tropeçar nas ondulações e declives que então não existiam.

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