
Uma das atrações de Curitiba é, sem dúvida alguma, o Mercado Municipal, que na atualidade está passando por considerável ampliação. Ainda em passado recente, a cidade era abastecida pela produção das colônias circunvizinhas. O produto rural era transportado em carroças até o centro da urbe, principalmente na região da Praça da Ordem e no antigo mercado, que ficava na atual Praça Generoso Marques.As colonas mais arrojadas circulavam pelos bairros com as carroças abarrotadas de produtos agrícolas, alegrando as manhãs curitibanas com suas cantorias de ofertas: Cibola! Batata! Repoio! Galinia! Ovo! Esta maneira de chamar a atenção da freguesia era típica das italianas de Santa Felicidade.Quase em cada esquina de Curitiba existia um armazém de secos e molhados, onde as mercadorias eram vendidas tanto a dinheiro como no fiado. Nessa última modalidade, era usado o caderno de anotações que venciam dentro do mês. O freguês ficava com uma caderneta e o comerciante com outra em duplicata. Cada compra executada era anotada em ambas para que não houvesse reclamações. O Fio do Bigode já estava caindo em desuso. Pelas ruas da cidade, era possível encontrar os mais diversos tipos de vendedores. O peixeiro, que transportava o pescado em dois cestos pendurados na ponta de uma vara apoiada nos ombros do vendedor. O vendedor de leite, que trazia a sua vaca para a porta do freguês e oferecia o leite quente, tirado na hora. A sinfonia da cidade, principalmente pela manhã, desapareceu na bruma do tempo. As ruas eram cheias de sons que apregoavam as mercadorias e os serviços oferecidos. O amolador de facas tirava seu melancólico ruído passando um pedaço de ferro no seu esmeril. O vendedor de barquilhas fazia estralar a matraca. O latoeiro e soldador anunciavam a sua presença bimbalhando com uma haste numa frigideira. O homem da sorte, com seu periquito, chamava os interessados através do delicioso som do seu realejo. Tudo isso ficou no passado.









