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1 – Praça da Ordem e Rua José Bonifácio em 1907 |
1 – Praça da Ordem e Rua José Bonifácio em 1907| Foto:
  • 2 – A mesma praça e a Rua José Bonifácio em 1935
  • 3 – Detalhe do largo tendo ao fundo a Igreja Presbiteriana em construção, em 1933
  • 4 – Igreja da Ordem e bebedouro em 1930
  • 5 – Rua São Francisco vista da torre da igreja em 1900
  • 6 – Movimento de colonos em uma manhã de 1938
  • 7 – A Rua José Bonifácio vista da Praça Tiradentes em 1900
  • 8 – A José Bonifácio vista da Praça da Ordem em 1930

Curitiba é realmente uma cidade de experiências em se tratando de planejamento urbano, principalmente no que tange à preservação dos aspectos antigos que nos levam ao passado da urbe. Na década de 1970 foi criado o setor histórico. Criado, diga-se bem dito, pois o mesmo não existia.

Foi escolhido para ser batizado, como tal setor, uma parte que não se desenvolveu, estava estancada no tempo e tinha o seu epicentro na conhecida Praça da Ordem. O comércio tradicional na região era o que tinha sobrado e lutava para se garantir, depois do término da guerra em 1945.

Naquele espaço funcionaram grandes casas comerciais que atendiam uma freguesia tradicional, ainda do tempo das carroças: os colonos. Casas de ferragens, de tecidos e de outras utilidades, faziam questão de empregarem caixeiros bilíngues, que falassem o alemão e o polonês.

A praça possuía um poço cercado de pilares onde era tirada a água com baldes para os animais. O poço foi fechado no início do século passado, dando lugar a um mictório público que não durou muito por motivos óbvios, incluindo o terrível mau cheiro. Foi então construído um bebedouro de ferro, em forma de cálice; posteriormente fechou-se o entorno do cálice com pedras, estando, então, até hoje no local.

A prefeitura criou no que restava de uma casa colonial um ambiente cultural para preservar documentações históricas da cidade, hoje um tanto inoperante se compararmos com a sua fase inicial.

Projetos e mais projetos foram aplicados naquele espaço. Certa feita o prefeito Lerner mandou virar todos os paralelepípedos ali existentes, pois achava que os mesmos não seriam tão escorregadios. Ficou impossível de se caminhar sobre eles. Entrou o Requião na prefeitura e mandou desvirar as pedras para o seu modo original. Outro prefeito encheu as paredes externas das casas com lanternas, imitando as antigas do centro da cidade; as mesmas nunca existiram no então inventado setor histórico.

O ambiente requeria movimento de público para não acabar esvaziado. Surgiu, então, a feira de artesanato e outros atrativos – esta foi uma promoção que deu certo. No entorno do espaço foram surgindo bares e restaurantes noturnos que, de início, possuíam movimento considerável; hoje apenas regular em vista de ter se tornado o ambiente propício ao comércio e o consumo de drogas. Há noites que as ruas adjacentes e a própria praça tornam-se verdadeiros casos de polícia.

Vamos ilustrar a Nostalgia deste domingo com algumas fotografias antigas do Largo da Ordem e do seu entorno. São fotos de um tempo que os colonos ali frequentavam proporcionando um movimentado mercado dos produtos coloniais, além de fortalecer o comércio estabelecido com lojas de utilidades, como era naqueles bons tempos da pacata Curitiba.

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