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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O número de casos notificados de dengue no país chegou a 1,6 milhão em todo o ano de 2015, período em que o país registrou uma das piores epidemias da doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Os dados, que fazem parte do balanço mais atualizado sobre a dengue - com informações de 4 de janeiro de 2015 a 2 de janeiro deste ano - foram divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Ministério da Saúde.

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Esse é o maior número de casos de dengue já registrado em um só ano desde o início da série histórica, em 1990. Antes, a maior epidemia registrada da doença havia ocorrido em 2013, quando o país teve 1,4 milhão de casos notificados após atendimento e diagnóstico clínico por profissionais de saúde.

Já em relação a 2014, o aumento é de 180% - naquele ano, o Brasil teve 586 mil casos de dengue. Um dos Estados mais afetados pela epidemia, São Paulo concentrou cerca de metade dos registros do país, com 733 mil notificações em todo o ano de 2015.

A situação, porém, também gerou alerta em outros Estados. Ao todo, 22 deles tiveram aumento de casos da doença no último ano em comparação a 2014. A maior incidência de dengue foi registrada em Goiás, onde houve cerca de 2.500 casos a cada 100 mil habitantes. Os únicos estados a registrarem queda foram o Piauí, Amazonas, Roraima e Acre, além do Distrito Federal.

Segundo os dados do Ministério da Saúde, o pico da doença foi registrado em abril, mês em que houve o maior número de atendimentos informados pelas secretarias de saúde ao governo federal.

Apesar de uma leve redução no número de casos notificados nos meses seguintes, a dengue não chegou a dar trégua. Em novembro, a incidência da doença voltou a ter leve aumento no país, com 22 casos a cada 100 mil habitantes.

Mortes

Além do maior número de casos, o Brasil também teve recorde no número de mortes em decorrência da doença em 2015. Ao todo, foram 863 óbitos.

Até então, o maior número de mortes ligadas à dengue havia sido registrado em 2013, quando houve 674 casos, todos relacionados a complicações da doença.

Alguns dos principais sintomas da dengue são febre, dores de cabeça, dor atrás dos olhos, perda de apetite, náuseas e vômitos, cansaço e dores no corpo. A orientação é que pessoas com esses sintomas procurem os postos de saúde.

Além da dengue, outras duas doenças transmitidas pelo mesmo vetor tiveram aumento no país em 2015. São elas: a febre chikungunya e zika.

Ao todo, foram registrados 20.661 casos de febre chikungunya em todo o ano passado. Deste total, 7.823 casos foram confirmados e 10.420 estão em investigação, segundo o Ministério da Saúde. A doença é marcada principalmente por causar fortes dores nas articulações.

Já a infecção pelo vírus zika não tem dados contabilizados no país, o que leva pesquisadores a desconfiar que parte dos casos de dengue registrados em 2015 tenha sido de infecções pelo vírus zika. Pesa para essa análise o fato de que ambas têm alguns sintomas parecidos, incluindo manchas vermelhas no corpo e coceira.

O governo adota como parâmetro para verificar o avanço do vírus zika o aumento no número de Estados com pacientes com casos confirmados após exames laboratoriais.

Identificado em maio, o vírus zika já tem circulação confirmada em 20 Estados e no Distrito Federal. Desde outubro, o vírus também vêm sendo investigado como possível agente propulsor de um avanço de casos de recém-nascidos com microcefalia no país. Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde na última semana aponta 3.530 casos suspeitos da má-formação no cérebro dos bebês, distribuídos em 724 municípios de 20 estados e do DF.

Recursos

Nesta sexta-feira (15), a presidente Dilma Rousseff sancionou recursos no valor de R$ 1,27 bilhão a serem aplicados neste ano para a área de vigilância em saúde, que engloba ações de combate ao Aedes aegypti.

Além desse valor, estados e municípios devem receber uma verba extra de R$ 600 milhões para pagamento de agentes de endemias, que atuam no combate ao mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya.

Também devem ser liberados cerca de R$ 500 milhões para as ações de enfrentamento à microcefalia. Em outubro, o Ministério da Saúde decretou situação de emergência nacional em saúde pública devido ao avanço dos casos de bebês identificados com a má-formação.

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