Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Curitiba

Com feijão em excesso, Greca propõe lei para “liquidar” estoque dos Armazéns da Família

Com 215 toneladas em estoque, prefeitura quer que venda seja liberada para quem não tem cadastro e poder evitar desperdício

Imagem ilustrativa | Antônio More/Gazeta do Povo
Imagem ilustrativa (Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

No discurso na sessão de abertura do ano legislativo na Câmara Municipal, o prefeito Rafael Greca (PMN) anunciou qual será o primeiro projeto de lei que enviará à Casa. Contrariando a expectativa geral – que esperava um pacote de ajuste fiscal logo no início do ano – o prefeito disse que vai pedir ao Legislativo para liberar a compra de feijão nos Armazéns da Família para os cidadãos que não estejam cadastrados no programa. Ou seja, de acordo com o projeto, qualquer curitibano poderia comprar esse produto especificamente, já que para os demais há critérios de renda para fazer compras nos armazéns.

“Minha primeira mensagem para a Câmara vai ser inusitada. Podem pensar que é um prefeito gordo, que é guloso, mas eu vou pedir para salvar 400 toneladas de feijão que estão nos Armazéns da Família e que não conseguirão ser comercializadas no tempo da vida útil do feijão”, disse.

Na verdade, de acordo com o secretário de Abastecimento e Agricultura, Luiz Gusi, o estoque de feijão nos Armazéns da Família e no centro de distribuição é de 215 toneladas. A quantidade poderia ser ainda maior e superaria o número dito por Greca se a secretaria não suspendesse a entrega de outras 277 toneladas que foram compradas pela prefeitura nos últimos dias de dezembro.

Segundo o secretário, a quantidade de feijão preto em estoque deve levar três meses e meio para ser vendida no ritmo normal e a variedade carioquinha, cinco meses; tempo que faria com que o produto perdesse qualidade.

Um dos motivos que fez com que essa grande quantidade de feijão ficasse estocada nos Armazéns da prefeitura foi o alto preço cobrado pelo produto no início do ano. Como o feijão foi comprado em um período de alta nos preços, a prefeitura pagou cerca de R$ 8 no quilo e estava revendendo a um valor próximo ao de compra no mês de janeiro.

Entretanto, com a redução do preço no varejo comum, a secretaria foi obrigada a baixar o preço das duas variedades para torná-las competitivas. A secretaria constatou que alguns supermercados estavam vendendo o quilo de feijão carioquinha a R$ 4,59, enquanto nos Armazéns da Família o mesmo produto, da mesma marca, custava R$ 7,85. “Com isso, não estávamos girando o nosso estoque”, conta Gusi.

Apesar de o produto ser perecível, não há data definida para que o curitibano possa comprar o feijão – no caso de o projeto ser aprovado. O tempo da tramitação dependerá dos vereadores e a proposta precisa seguir os ritos do Legislativo.

Preço

Enquanto atualmente o feijão carioquinha está sendo vendido, em média, a R$ 5 o quilo nos supermercados da capital, o produto pode ser encontrado a partir de R$2,99 no Armazém da Família. Já o feijão preto, que custa cerca de R$ 6,50 nos mercados – com variações para mais ou para menos – pode ser encontrado por R$ 3,99 no Armazém.

O programa Armazém da Família é formado por 33 unidades que vendem gêneros alimentícios e produtos de higiene e limpeza com um preço em média 30% mais barato que no varejo comum. Apenas moradores de Curitiba, com renda familiar de até três salários mínimos e meio e com cartão de acesso podem comprar nos locais. Atualmente, o programa atende cerca de 120 mil famílias, de acordo com informações da prefeitura.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.