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Se a Assembléia Legislativa aprovar o salário mínimo estadual de R$ 437, proposto pelo governador Roberto Requião (PMDB), haverá demissão de trabalhadores rurais no estado. A pesquisa encomendada pela Federação da Agricultura do Estado (Faep) aponta que 59,3% dos produtores entrevistados responderam que poderão desligar funcionários, substituindo-os por máquinas. Dos 1.862 entrevistados, 56,4% desaprovam a proposta.

O Paraná tem 1,29 milhão de trabalhadores rurais assalariados, segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2005. De acordo com a Faep, a média salarial atual do setor – com o piso nacional em R$ 300 – é de R$ 338,35. Com a elevação do mínimo nacional para R$ 350, a partir de abril, a média do setor passaria para R$ 394,73. Se o mínimo paranaense for a R$ 437, e mantendo-se as vantagens adquiridas nos acordos anteriores, os trabalhadores rurais receberiam um salário médio de R$ 481,57. "Descontada a inflação, que ficou na faixa dos 5,05%, o aumento real sobre o ano passado é de 37,3%", afirma o presidente da Faep, Ágide Meneguette. "Muita gente vai quebrar."

O governo estadual discorda dos argumentos da Faep. A assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu ressaltou o número significativo de produtores rurais que aprova o piso proposto (38%). "Trata-se de um avanço. Não é tão comum que empresários concordem com aumentos salariais. A cada notícia de aumento de salário, surgem dois fantasmas: a Previdência quebra e haverá demissões em massa. Se você acredita nesses fantasmas, nada muda e continuaremos com um dos mais aviltantes salários mínimos do planeta", afirma o texto, assinado pelo assessor especial de Requião, Benedito Pires.

Segundo ele, a questão salarial já não é a principal preocupação do agronegócio, por causa dos avanços tecnológicos, que reduziram a necessidade de mão-de-obra. "No momento em que o Paraná volta a liderar a produção nacional de grãos, o que atesta a força da nossa gente do campo, parece fora de hora a preocupação com o pequeno acréscimo aos ganhos dos trabalhadores", afirma em outro trecho.

Políticas

A pesquisa da Faep também pediu aos entrevistados para avaliar as políticas dos governos estadual e federal para o setor. Neste ponto, o governo Requião é mais bem avaliado que o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo paranaense foi considerado ótimo ou bom por 17,4% dos entrevistados, regular por 35,18% e ruim ou péssimo por 45,17%. Na avaliação do governo federal, a soma de ótimo e bom foi de apenas 6,39%, a avaliação regular atingiu 21,70% e a ruim/péssimo chegou a 70,57% das respostas.

Os produtores entrevistados deram notas – de zero a 10 – à condição dos principais componentes da infra-estrutura estadual dos quais dependem. A capacidade de armazenagem do estado obteve a melhor avaliação, com nota 6. Foi seguida pelas estradas, com 5,17. O Porto de Paranaguá obteve 5,04 e as políticas de pedágio nota 2,26.

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