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Nova York - Conversar sobre os procedimentos que deverão ou não ser adotados em caso de doenças terminais ou estados vegetativos também é uma orientação para quem quer fazer valer seus desejos até o fim. Incentivar essas conversas pode, na verdade, poupar dinheiro no longo prazo. Um estudo com pacientes sofrendo de câncer avançado, publicado em março de 2009 no Archives of Internal Medicine, mostrou que os custos de tratamento durante a última semana de vida foram 55% maiores entre os que não haviam discutido a própria morte com os médicos.

E, tão importante quanto, a qualidade de vida nos dias finais foi muito pior para esses pacientes do que para aqueles que enfrentaram tal conversa. Inúmeros estudos têm demonstrado que intervenções médicas exageradas podem tornar as últimas semanas de vida uma experiência torturante para os doentes e as pessoas próximas deles.

Estudos descobriram que os doentes terminais podem viver mais tempo, com melhor qualidade de vida, quando preferem uma casa de repouso em vez de tratamento agressivo até o fim doloroso.

A questão é que os cuidados terminais são uma decisão individual que deve ser amplamente discutida com a família e os médicos. Pesquisas têm mostrado que, quando estes não são informados do que deseja o paciente, tendem a usar todos os procedimentos e a medicação possíveis para tentar adiar o inevitável. Na maioria das vezes, a qualidade vida desses pacientes diminui e o luto de quem fica aumenta.

De acordo com o escritor e cirurgião norte-americano Atul Gawande, os pacientes com câncer terminal que se consultam com seus médicos sobre a hora da morte "têm menos probabilidade de morrer em unidades de terapia intensiva, mais chance de ter uma melhor qualidade de vida e menos sofrimento no final, seu tempo remanescente não diminui e, seis meses depois, os familiares se encontram nitidamente menos propensos à depressão".

Preparar essas instruções antecipadas não deve ser uma tarefa para quando a pessoa já desenvolveu uma doença potencialmente fatal. Pacientes que chegam ao estágio terminal de uma doença podem se mostrar resistentes a conversas que sugiram uma morte iminente, e os membros próximos da família relutam em admitir o fato.

Na verdade, as pessoas, em sua maioria e independente da idade, parecem relutar a encarar a certeza de que um dia a vida termina, muito menos discutir como querem ser tratados quando o fim estiver próximo. Um estudo publicado em janeiro de 2009 no The Journal of American Geriatric Society mostrou que 40% das pessoas pesquisadas ainda não tinham pensado num planejamento para antecipação de cuidados terminais e 90% não tinham registrado seus desejos finais.

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