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A terceira etapa do julgamento do Massacre do Carandiru teve início nesta segunda-feira (17), no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. A expectativa é que o julgamento, presidido pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, dure uma semana. Nesta etapa, 15 policiais serão julgados pela morte de oito presos que ocupavam o quarto pavimento (ou terceiro andar) da antiga Casa de Detenção Carandiru.

O Massacre do Carandiru ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante uma operação policial destinada a reprimir uma rebelião no Pavilhão 9 do presídio.

O julgamento teve início com o sorteio de sete pessoas que vão compor o Conselho de Sentença. Em seguida, vão ser ouvidas as seis testemunhas de acusação, as cinco testemunhas de defesa e os réus.

Por envolver grande número de réus e de vítimas, o julgamento do Massacre do Carandiru foi desmembrado em quatro etapas, de acordo com o que aconteceu em cada um dos quatro andares do Pavilhão 9 da Casa de Detenção.

Na primeira etapa do julgamento, em abril do ano passado, 23 policiais foram condenados a 156 anos de reclusão cada um pela morte de 13 detentos. Na segunda etapa, em agosto, 25 policiais foram condenados a 624 anos de reclusão cada um pela morte de 52 detentos que ocupavam o terceiro pavimento do Pavilhão 9.

Defesa de PMs diz que não há como culpá-los por mortes

Folhapress

A defesa de 15 policiais militares, acusados de matar oito detentos afirmou na manhã desta segunda que não há como definir que seus clientes foram responsáveis pelas mortes.

De acordo com o advogado dos PMs, Celso Vendramini, a ausência de testes de balísticas impede que seja identificado os responsáveis pela morte. De acordo com ele, nenhum teste para identificar de onde vieram os tiros que atingiram as vítimas foi feito. "O que faltou nesse processo foi a dedicação do Estado para que se chegasse os autores verdadeiros desse crime".

Vendramini afirmou ainda que todos os réus irão depor e terão a oportunidade de apresentar suas versões ao júri.

Nos julgamentos anteriores, os policiais com patentes de soldado não falaram a júri, deixando que os PMs de patentes superiores respondessem pela tropa.

Motivos

O advogado disse também que a rebelião no pavilhão 9 ocorreu após um detendo do Carandiru denunciar uma rebelião que teria acontecido em Guarulhos, um mês antes do massacre, e não por uma briga de futebol. Para Vendramini, a entrada dos policiais foi necessária, uma vez que já havia ocorrido ao menos 20 mortes antes da entrada da PM.

Ele voltou a dizer que não nega que os réus efetuaram disparos, mas diz que nenhum deles apontou para os detentos. "Estava tudo escuro. Os presos atiravam contra eles [PMs] e eles revidarão os tirão em direção ao clarão que viam".

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