Brasília A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou ontem a indicação de Carlos Alberto Menezes Direito para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Integrante da União dos Juristas Católicos do Rio de Janeiro, o ministro, durante a sabatina, evitou posicionar-se sobre temas polêmicos, como a legalização do aborto, a lei de biossegurança e a ação dos movimentos sociais. Antes de ser sabatinado no Senado, ele rezou um pai-nosso e uma ave-maria em silêncio. "A sua fé tem de obedecer rigorosamente ao que determina as leis e a Constituição. Não só acredito como pratico o Estado laico", afirmou Direito, durante a sabatina, quando chorou várias vezes ao defender sua honra e dignidade.
Formado em Direito pela PUC do Rio, o ministro indicado tem doutorado e especialização na área. É ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi desembargador no Rio de Janeiro e professor universitário.
Direito foi questionado sobre vários assuntos polêmicos. Evitou comentar sobre o registro de correspondências eletrônicas trocadas entre os ministros Carmen Lúcia e Ricardo Lewandowski, do STF. O assunto foi publicado na imprensa. "Não me parece conveniente comentar", disse o indicado à Suprema Corte.
Religioso, Direito opinou por respostas genéricas ao tratar sobre a legalização do aborto, a questão dos anencéfalos e ainda de biossegurança. "A minha fé católica, a qual tenho muito orgulho, me faz defender com intransigência a vida. Mas como juiz eu sempre cumpri as leis", afirmou ele, ao ser questionado.



