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Vídeo| Foto: Reprodução / Paraná TV

As principais medidas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) já tinham sido apresentadas pelo governo em 15 de março, mas na semana passada, um novo item foi anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a premiação das escolas públicas que melhorarem o desempenho e cumprirem as metas definidas pelo Ministério da Educação (MEC).

A secretária de organização da Associação de Professores do Paraná (APP), Marlei Fernandes, se mostrou contrária à medida. "A premiação vai gerar competitividade entre as escolas, mas é importante que todas elas ofereçam boas condições para os seus alunos, não apenas algumas", critica.

Já para a presidente do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), Diana Cristina de Abreu, este investimento será importante para incentivar as escolas a alcançarem as metas propostas. "A medida não vai prejudicar as escolas com baixo desempenho, pois todas vão receber verba do PDE."

A reportagem consultou os diretores de algumas escolas públicas – estaduais e municipais – do Paraná que construíram uma reputação de excelência de ensino. Os gestores dessas instituções analisam quais podem ser os caminhos a serem seguidos pelas escolas públicas.

Reorganização do tempo

Para a diretora Naiara Baena de Souza, da Escola Municipal Vinhedos, de Curitiba, em primeiro lugar, é preciso fazer uma análise do desempenho dos alunos da instituição para apontar problemas, necessidades e alternativas. "A partir desta análise, é necessário investir no apoio pedagógico e reorganizar o tempo escolar, ou seja, usar o tempo disponível entre as aulas e as janelas nos horários dos professores para a realização de oficinas, atividades extra-curriculares e aulas de reforço", explica.

A professora também lembra que a participação de toda a comunidade na criação deste sistema de apoio também é fundamental para que os resultados sejam positivos.

Responsabilidade coletiva

A educadora Antônia Maria Dezan Lobato, diretora da Escola Estadual Angelo Trevisan, de Curitiba, acredita que uma escola pública de qualidade deve cumprir o que prevê a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Os direitos devem estar assegurados na proposta pedagógica e no regimento interno da escola. "Aqui, conseguimos que todas as decisões sejam construídas pela coletividade. Quando o processo é coletivo, todos se sentem mais comprometidos com os resultados, não só os alunos, mas também os pais, professores e funcionários", argumenta.

Atenção ao professor

Na Escola Municipal Papa Paulo VI, em Araucária, a valorização do papel do professor ajudou a melhorar o desempenho da instituição. "Hoje em dia, tudo se resolve na escola. Muitas crianças chegam aqui sem estrutura familiar e são os professores que precisam educá-las em todos os sentidos", conta a diretora auxiliar Eliane de Fátima do Nascimento Ribas.

Reuniões são realizadas quase todos os meses com os professores, não para falar sobre avaliações e notas, mas para conversar sobre os seus próprios problemas e angústias. "Por causa dos baixos salários, muitos precisam trabalhar de manhã, de tarde e de noite e ainda enfrentam a violência em sala de aula."

Tempo integral

Para o diretor Claudecir Almeida da Silva, do Colégio Estadual Marcelino Champagnat, em Londrina – oitavo lugar no ranking nacional das melhores escolas públicas do país –, o projeto pedagógico de uma escola deve ser bem fundamentado, indicando o que a instituição quer e o que busca. "O nosso projeto é muito claro. Queremos que os nossos alunos ingressem nas universidades, passem nos concursos públicos e sejam cidadãos responsáveis", explica.

Para alcançar esses objetivos, vários projetos foram desenvolvidos: salas de leitura, salas de apoio, eventos esportivos, aulas de música, informática e curso de línguas. Essas atividades são realizadas durante o contraturno das aulas regulares. "Percebemos que essa experiência nova, de ensino integral, teria uma boa aceitação nas comunidades escolares."

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