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Os profissionais protestam contra a MP 568/12 que reestrutura as carreiras dos servidores federais reduzindo os salários dos médicos | Flávia Schiochet, especial para Gazeta do Povo
Os profissionais protestam contra a MP 568/12 que reestrutura as carreiras dos servidores federais reduzindo os salários dos médicos| Foto: Flávia Schiochet, especial para Gazeta do Povo
  • A universitária Sandra Soares veio de São João para Curitiba para marcar uma cirurgia. Irá perder o dia na capital e não fará a consulta que estava marcada

As consultas eletivas (sem urgência) foram suspensas no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) na manhã desta segunda-feira (28) e deixaram centenas de pessoas sem atendimento. O motivo é uma greve iniciada por médicos contra a Medida Provisória (MP) n.º 568, editada em 11 de maio, que reestrutura as carreiras de servidores federais e muda a forma de remuneração. O hospital, porém, não tinha um balanço de quantas consultas deixaram de ser realizadas e quantas pessoas foram prejudicadas. O protesto se estende até a próxima quinta-feira (31).

A assessoria de imprensa do HC informou que os pacientes em tratamento oncológico, em situação de urgência ou emergência, pós-cirúrgico e internados no hospital foram atendidos normalmente pela manhã. Além disso, a realização de exames clínicos não teria sido prejudicada pela paralisação.

Porém, muitos pacientes que vieram do interior do Paraná para tratamento no HC foram pegos de surpresa e ficaram sem atendimento apesar de terem viajado várias horas. Um dos casos é da estudante de Administração da cidade de São João, na região Sudoeste, Sandra Soares. Ela saiu de casa as 20h30 deste domingo (27) para chegar as 4h30 desta segunda em Curitiba em um ônibus com outras 44 pessoas que vieram a capital para consultas e exames.

A universitária reclamou do fato do hospital não ter avisado que as consultas eletivas não aconteceriam. "Venho com frequência (à Curitiba). Tenho duas cirurgias para fazer este ano. Por causa disso posso perder o semestre da faculdade", contou. Ela iria realizar uma consulta nesta manhã para marcar uma cirurgia para a retirada de um cisto no ovário.

Informação

A diretora-geral do HC, Heda Amarante, irá atender a imprensa, a partir das 13h30, para tratar da paralisação. Apesar de não estarem atendendo o público, os médicos estavam reunidos no auditório do hospital desde as 9 horas desta segunda para discutir a greve.

A previsão inicial é de que 300 médicos (91%) de um total de 329 deixariam de trabalhar entre hoje e quinta-feira (31). Porém, até as 12h não foi possível confirmar a quantidade de profissionais que não realizaram as consultas previstas para esta segunda.

Motivo do protesto

De acordo com o texto da MP, o médico em início de carreira no serviço público federal poderia ganhar, a partir de agora, a metade do que ganha outro profissional contratado anteriormente, apesar de a jornada de trabalho ser a mesma, com 20 ou 40 horas semanais. E quem já atua, passaria a ter um salário-base 50% menor, acrescido de uma vantagem, correspondente aos 50% restantes, que não sofreria reajustes. Adicionais de periculosidade e insalubridade teriam um valor absoluto fixo, em vez de corresponderem a até 20% do salário.

Na última quinta-feira (24), os estudantes do curso de Medicina da UFPR iniciaram uma paralisação por tempo indeterminado. Além de apoiar as reivindicações feitas por professores do curso e médicos do Hospital de Clínicas (HC), a greve tem como objetivo protestar contra a falta de estrutura no curso e a baixa qualidade dos equipamentos das aulas práticas.

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