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| Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

A Proteste Associação de Consumidores testou os 41 alimentos embutidos mais consumidos pelos brasileiros para avaliar se a concentração de nitrito residual – substância potencialmente cancerígena e presente nas carnes processadas – está dentro da quantidade permitida por lei.

Embutidos na berlinda

No fim de outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um alerta polêmico: bacon, linguiça, presunto e outras carnes processadas passaram a integrar o grupo 1 da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (Iarc). Em outras palavras, estudos constataram que esses produtos contêm substâncias que comprovadamente aumentam o risco de câncer.

O maior problema não é a carne em si, mas as substâncias utilizadas para processar o alimento, como corantes, aditivos e conservantes – entre elas, o nitrito residual, substância potencialmente cancerígena e presente nos embutidos.

Três produtos, produzidos por empresas paranaenses, apresentaram teor acima dos limites estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e reprovaram no teste.

Resultados

A quantidade máxima de nitrito residual permitida na composição de carnes processadas produzidas aqui no Brasil é de 150 mg por quilo.

A mortadela da marca Maná, de Joaquim Távora, no Norte Pioneiro ficou em primeiro lugar, como o embutido com maior teor de nitrito residual: 196,6 mg/kg, cerca de 31% a mais que o limite máximo permitido.

Os outros dois produtos reprovados no teste são da marca Palmali, de Maringá – a mortadela e a linguiça tipo calabresa, com 177,1 e 159,3 mg/kg de nitrito residual, respectivamente.

Sem exageros

A OMS alerta que o consumo diário de 50 gramas de embutidos (o equivalente a quatro fatias de presunto ou peito de peru; a uma unidade de salsicha ou oito fatias de salame) aumenta o risco de desenvolvimento de câncer em 18% - principalmente de intestino e reto.

A empresa Maná informou ainda não ter sido notificada oficialmente pela Proteste e desconhecer os critérios utilizados no teste. Em nota, a assessoria de imprensa afirmou que a empresa nunca teve nenhum caso como o apontado pela associação de consumidores. Um laudo produzido pela própria empresa informa que a mortadela contém 141,21 mg/kg, quantia bem abaixo da encontrada pela Proteste.

Já a Palmali afirmou não ter sido notificada pela Proteste e não ter informações necessárias para avaliar o resultado, como o lote que foi testado e qual foi a metodologia utilizada. A empresa declarou ainda cumprir os limites máximos estabelecidos por lei.

Medidas

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A associação de consumidores deve enviar os resultados obtidos para as empresas testadas e para a Anvisa, solicitando fiscalização e providências para que os fabricantes adequem os produtos às normas nacionais.

Na avaliação de Maria Inês Dolci, coordenadora da Proteste, a legislação brasileira é permissiva, pois os valores-limite de nitrito residual permitidos (de 150 mg e 300 mg, a depender do tipo de produto) já são considerados elevados.

“Encaminhamos o resultado do teste para a Anvisa e para as empresas, porque mesmo os produtos com teor dentro do permitido possuem quantidade de nitrito residual elevada. Por isso orientamos o consumidor a controlar o consumo diário.”

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