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Segurança pública

Conta atrasada deixa PM sem telefone

Operadora interrompe serviço na Polícia Militar e na Secretaria de Segurança por falta de pagamento. Calote ameaça também a comida dos presos

Linhas de telefone da Polícia Militar e da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) foram cortadas, em Curitiba, por falta de pagamento. A informação foi confirmada por vários policiais, que preferiram não se identificar. Segundo eles, a conta não é paga desde setembro. Na PM, a interrupção no serviço ocorreu ainda na noite de terça-feira. No prédio da Sesp, os funcionários também não conseguem telefonar, apenas receber chamadas.

A situação prejudica o atendimento de ocorrências policiais. Muitas das chamadas feitas às viaturas ainda são realizadas para telefones celulares. Os atendentes da central 190 ligam para os policiais para avisá-los das ocorrências, em razão da fragilidade do sistema analógico dos rádios comunicadores da PM.

Segundo os policiais, as consequências são ainda piores. Os atendentes não podem retornar as ligações para os cidadãos que fazem as denúncias. Em muitos casos, o denunciante liga, avisa a polícia sobre determinado crime e os atendentes deveriam retornar para dar mais orientações, receber informações complementares e explicar qual encaminhamento foi dado ao problema denunciado. Sem poder fazer ligações, a resposta fica impossibilitada.

A falta de pagamento por parte do governo ameaça também a alimentação de 18 mil detentos no Paraná. Ao todo, seis empresas que fornecem a comida. lgumas delas estão sem receber desde agosto e outras desde setembro. O gasto por ano com alimentação é de R$ 80 milhões, o equivalente a R$ 6,6 milhões por mês.

No vermelho

Os casos são mais um desdobramento dos problemas financeiros enfrentados pelo governo do estado. Em setembro, o governador Beto Richa (PSDB) anunciou medidas para reduzir os gastos, com corte de cargos comissionados e a extinção de secretarias.

O calote na telefonia repercutiu ontem na Assembleia Legislativa. Líder do PT, o deputado Tadeu Veneri disse que a crise no caixa do estado é recorrente e não uma questão pontual como tenta argumentar o governo. "Eles conseguiram quebrar o estado com políticas equivocadas e gastos desnecessários, que agora estão cobrando seu preço", afirmou.

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