Os principais obstáculos para o melhor atendimento à população de rua são a falta de estrutura física –não há vagas para todos – e a dificuldade de convencer os moradores a deixar a rua. “Não adianta nada ir para FAS. Lá é banho e tosa. E eu não sou cachorro”, reclamou um dos moradores de rua, que estava na Rui Barbosa. Hoje são 1.266 vagas em unidades de acolhimento e os centros conhecidos como Pops. Em média, 400 pessoas por dia são atendidas nos locais.
Para o presidente do Movimento Nacional da População de Rua e integrante do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, Leonildo José Monteiro Filho, a falta de estrutura é o maior problema. “Para ganhar a confiança dos moradores e criar vínculos tem de ter política pública séria”, disse. Segundo ele, as pessoas que moram nas ruas não conseguem nem acesso a banheiros públicos nas praças. Leonildo ressalta que é preciso ter locais de fácil acesso, como era o albergue na Rua Conselheiro Laurindo.
Ele ressalta ainda que é preciso mudar a cultura da violência contra os moradores de rua, que mantêm a desconfiança nos agentes públicos. Leonildo comenta que os moradores de rua ainda são vítimas de violência praticada pela sociedade e pelas polícias, além de serem penalizados pela falta de políticas públicas adequadas.
Promotoria
O promotor do Centro de Apoio às Promotorias de Defesa dos Direitos Humanos, Fernando da Silva Mattos, criticou a falta de adesão dos estados brasileiros à política nacional para população de rua, que é determinada por lei. Segundo ele, o município também tem falhado. Para Mattos, a FAS está reorganizando os serviços, mas não há atendimento pleno. “Sem dúvida, há necessidade de aprimoramento dos serviços públicos.” Ele lembrou que é preciso haver melhor capacitação dos agentes que lidam com os moradores e mais orientação à sociedade. (DR)
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