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O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) também é investigado por suposta tortura contra os suspeitos no caso Tayná. A unidade de elite da Polícia Civil foi designada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para assumir a delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, onde teriam ocorrido os primeiros casos de tortura contra os suspeitos.

ATUALIZAÇÃO EM 22/10/2015

Fato divulgado como tortura foi arquivado

Uma das acusações de tortura divulgadas pelo Ministério Público (MP) no caso Tayná acabou arquivada no juizado especial criminal de Curitiba. É o caso envolvendo o ex-delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Amarildo Antunes, e outros policiais Hailton Márcio Arruda, José Adriano e Leonardo Cardoso que formavam aquela unidade. O próprio MP considerou, ao final das apurações, que as supostas acusações de tortura eram “delito de menor potencial ofensivo”.

O fato está descrito no próprio oferecimento de denúncia protocolado pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do MP, na Justiça de Colombo. Por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, o caso destes policiais foi remetido ao Juizado Especial de Curitiba, competente para o caso.

Neste juizado, no entanto, a Justiça decidiu arquivar todas as acusações contra o delegado e os demais policiais. Amarildo ressaltou, no entanto, uma reclamação sobre a apuração do Gaeco. Segundo Antunes, ele e os policiais não foram ouvidos durante as investigações.

De acordo com o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Andre Pasternack Glitz, o delegado titular do Cope, Amarildo Antunes foi acusado pelos então suspeitos durante os depoimentos de levá-los até um córrego atrás da unidade, na Vila Hauer, em Curitiba, logo após terem sido transferidos para lá.

Segundo o promotor, os suspeitos afirmam que o delegado disse que se não falassem iriam nadar ali (no córrego) pela manhã. "O Cope levou um deles, o Sérgio, até o Litoral para averiguar outra situação e, na volta, teriam parado o carro na estrada e o agredido fisicamente. Portanto, sim, o Cope é investigado por tortura", afirmou o promotor.

Citado nominalmente nas denúncias, o delegado Amarildo Antunes nega que tenha havido tortura por parte dele e de policiais do Cope, mas colocou-se à disposição do Gaeco e da Corregedoria da Polícia Civil para esclarecimentos.

"Eu não tinha conhecimento [das denúncias]. Vou esperar para ver exatamente o teor das declarações para poder responder", disse o delegado. "[As denúncias] surpreendem, porque não houve tortura nenhuma", completou.

Inicialmente, à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e à Polícia Civil, os próprios presos haviam afirmado que não tinham sido torturados no Cope, mas em outras quatro unidades policiais.

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