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Brasília – O diretor de Operações dos Correios, Carlos Roberto Samartini Dias, foi afastado do cargo por determinação da direção da estatal. Ele está entre as pessoas investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal no inquérito que levou à deflagração, na quinta-feira, da Operação Selo, na qual foram presos dois servidores dos Correios e três empresários.

O gabinete de Dias na estatal e suas residências no Rio e em Brasília estão entre os 25 alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF. Segundo os investigadores, Dias é ligado ao empresário Marco Antônio Bulhões, preso na Operação Selo. Por meio da assessoria de imprensa dos Correios, Dias informou que não irá comentar o assunto.

O presidente da estatal, Carlos Henrique Custódio, disse estar "perplexo" e que ficou "muito chateado com as afirmações de que sai uma quadrilha, entra outra" na estatal. Custódio informou que pediu à Justiça acesso ao inquérito relacionado à Operação Selo para poder tomar providências. "Todas as pessoas que estiverem envolvidas terão a apuração mais rigorosa e justa possível."

A empresa passa por um pente-fino dos Ministério Público e da PF desde maio de 2005, quando a revista Veja tornou público o conteúdo de uma fita de vídeo em que o ex-chefe de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho foi flagrado ao receber um pagamento de propina de R$ 3 mil.

A gravação foi feita por dois emissários do empresário Arthur Wascheck Neto, que teve interesses contrariados por Marinho e resolveu se vingar. Wascheck foi preso na Operação Selo.

Segundo os investigadores, ele é o cabeça de um esquema montado para fraudar licitações nos Correios.

Apesar do escândalo em 2005, Wascheck não parou de atuar. Teria manipulado o resultado de licitações, em prejuízo de de "milhões de reais" para os cofres públicos, segundo o procurador da República Bruno Acioli.

"Wascheck é símbolo e o subproduto da impunidade no Brasil. Ele lesa, frauda, chantageia, corrompe, e nada acontece", disse Acioli.

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