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Violência

Crime foi motivação espiritual, diz suspeito de matar estudante uruguaia

Polícia vai pedir avaliação psiquiátrica do acusado. Ele foi preso em Nova Laranjeiras

Jefferson Diego Gonçalves, 31 anos, acusado de matar a estudante uruguaia Martina Conde de Piazza, 26 anos, disse que o crime foi cometido porque ele precisava fazer um sacrifício espiritual para uma divindade. Preso no último sábado (15) em Nova Laranjeiras, região Oeste, Gonçalves prestou depoimento à Polícia Civil na madrugada desta terça (18) e pela manhã foi encaminhado à Cadeia Pública Laudemir Neves, em Foz do Iguaçu.

Segundo a Polícia Civil, Martina ligou para o rapaz na madrugada do dia 3. Eles se encontraram em um bar, compraram bebidas e foram para o apartamento de amigos da estudante, que estava vazio. Gonçalves chegou a declarar que tinha desistido do plano de matar a universitária, mas retomou a ideia após ter sido agredido por ela.

O delegado responsável pelo inquérito, Marcos Araguari de Abreu, considera a história esdrúxula e diz que Gonçalves se contradiz. Segundo o delegado, não foram encontrados indícios de luta corporal no apartamento. Para Araguari, Gonçalves inventou a história e criou um enredo para justificar a própria conduta.

Frio, durante o depoimento, Gonçalves confessou ter matado a estudante, mas não se mostrou arrependido pelo crime, segundo a polícia, mas sim por ter estragado a própria vida. O sacrifício humano, conforme o suspeito, teria sido sugerido por um pai de santo e serviria para ele melhorar de vida e ganhar dinheiro.

Uma perícia psiquiátrica deve ser requisitada pela Justiça para constatar se o acusado é portador de doença mental.

Gonçalves frequentava um terreiro e vivia de bicos. Ele tem passagem pela polícia e responde pelo crime de estrupo de vulnerável. Prisão

O suspeito foi preso em uma rodovia marginal à BR-277, em Nova Laranjeiras, por policiais militares que faziam patrulha. Antes, teria seguido viagem ao longo de 260 quilômetros, a pé e em caronas eventuais.

"Na noite do crime, ele chegou a dormir em casa e no dia seguinte seguiu viagem", diz o delegado Alexandre Macorin. Alguns monitoramentos identificaram o paradeiro de Gonçalves pela região, incluindo passagens por São Miguel do Iguaçu e Medianeira.

No momento da prisão, ele se identificou como um andarilho, afirmou que seguiria até Paranaguá, no litoral paranaense, e estaria pagando uma promessa para Nossa Senhora do Rocio. Sem qualquer resistência, foi levado à delegacia da Polícia Civil e identificado como foragido.

O corpo de Martina foi encontrado dia 6 de março no apartamento de amigos, após vizinhos terem acionado a polícia depois de sentir um mau cheiro. A estudante foi morta no dia 3 de março em decorrência de asfixia mecânica provocada por estrangulamento e enforcamento por fio elétrico, segundo laudo do Instituto Médico Legal. Martina estudava Antropologia na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

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