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Os presos da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), em Curitiba, fizeram um novo tumulto por volta das 13 horas desta quarta-feira (22) para chamar a atenção sobre as más condições da cadeia. A confusão durou cerca de uma hora e foi contida com a ajuda de policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

Segundo o delegado Gérson Machado, os presos começaram a bater nas portas de ferro e a fazer muito barulho. "Eles chegaram a entortar duas portas, que vão precisar ser trocadas."

Os presos na delegacia reclamam, principalmente, da superlotação e de problemas de esgoto, e a maioria pede para ser transferida. "Todo mundo quer sair porque a delegacia não tem condições apropriadas para acomodar preso", disse Machado. O delegado afirmou que alguns detentos também pediram para trocar de celas durante o tumulto e a mudança foi providenciada.

A delegacia abriga 150 presos, mas a capacidade ideal é para 32 detentos. Foram transferidos nos últimos dias 42 detentos e, nesta quinta-feira, outros 12 condenados em regime semiaberto devem ser levados para o Centro de Triagem II, em Piraquara. "Eles fazem esse tipo de manifestação para chamar a atenção das autoridades e acaba sempre dando certo, porque aí eles arrumam vaga para transferir os presos", disse o delegado.

Ligação

Antes disso, alguns jornalistas receberam ligações de pessoas que se diziam detentos da delegacia, avisando que haveria uma rebelião na DFRV nesta quarta-feira. O delegado acredita que as ligações possam ter sido feitas por familiares. "Você não pode impedir o contato do advogado com o preso, eu acho que os advogados podem ter avisado a família e os próprios familiares fizeram os telefonemas", declarou.

O delegado, no entanto, não descarta a possibilidade de as ligações terem sido feitas de dentro do presídio. "Nós fazemos revista todos os dias para evitar que eles tenham celulares, brocas, pedaços de ferro, drogas, mas a família sempre tenta levar esses materiais junto com a comida complementar que trazem".

Condições

No mês passado, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) foi até o local para fazer uma vistoria e detectou problemas no esgoto, nas instalações elétricas e no fornecimento de água. Machado disse que nenhum desses problemas foi resolvido até agora e que há alguns dias um engenheiro da Sanepar foi até a delegacia, mas afirmou que não havia problema. "Esse problema de esgoto é que os presos jogam tudo quanto é coisa dentro do vaso para entupir mesmo. Em nível de delegacia, fazemos o que podemos, damos a comida, permitimos a entrada de alimento complementar, eles falam com o advogado, só que aqui não é presídio", disse Machado.

Além da vistoria da OAB-PR, outras duas inspeções foram feitas na delegacia no início de agosto: uma pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e outra pela Comissão Permanente de Direitos Humanos (Coped).

Fugas e rebeliões

A DFRV registrou duas tentativas de rebelião entre os presos, uma no dia 31 de julho e outra em 1° de agosto. Depois dos casos, no dia 4 de agosto, três homens fugiram da delegacia e usaram um carro, que estava estacionado no pátio do local, para a fuga. Em 7 de agosto, um caso inusitado envolveu outros dois presos, que tentaram deixam a delegacia dentro de sacos de lixo, mas foram pegos por policiais civis.

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