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Árvore que caiu anteontem causou a morte de um motorista que passava pela Avenida Silva Jardim | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Árvore que caiu anteontem causou a morte de um motorista que passava pela Avenida Silva Jardim| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Cronologia

Casos de quedas de árvores são comuns, mas não são muitos que causam mortes. Relembre alguns episódios que aconteceram em Curitiba e na região metropolitana:

5 jan 2012 – Um galho de árvore caiu e matou um homem, Ari Mussum, e feriu outro em Rio Branco do Sul, na região metropolitana.

Jun 2011 – Um idoso foi atingido por galhos de uma árvore em frente da sua residência, na Rua Guilherme Pugsley, no Água Verde. A rua é uma das vias com maior concentração das árvores antigas de maior porte. Muita chuva e ventania causaram a queda.

Jan 2004 – Um casal que caminhava pela Praça Santos Andrade, no Centro, foi atingido pela queda de uma araucária, de mais de 50 anos. Fábio Maurício Gubava, de 19 anos, morreu na hora e a Li Kwan Zhen, de 24, chegou a ser encaminhada ao pronto-atendimento, mas acabou morrendo.

A queda de uma árvore de grande porte no bairro Rebouças, em Curitiba, causando a morte de um motorista que passava pelo local, evidencia a necessidade de uma rearborização da capital e a retirada de árvores antigas e grandes demais para a paisagem viária. Uma razão para isso seria que, mesmo com vistorias anuais, a própria Secretaria Muni­cipal de Meio Ambiente (SMMA) afirma não ter como prever a queda das árvores.

Segundo a SMMA, são cerca de 300 mil unidades de arborização viária na cidade, mas não se tem um levantamento de quantas são de grande porte. As árvores maiores, como tipuanas, angicos e monjoleiros, foram plantadas na década de 1970 e não são mais usadas hoje em dia. Ruas de grande movimento, como a Silva Jardim, Getúlio Vargas, Iguaçu, México e Victor Ferreira do Amaral, são as que concentram a maior parte das árvores com mais de 40 anos.

O superintendente de obras e serviços da SMMA, Sérgio Tocchio, afirma que há um plano de arborização pública. "Nós fazemos um diagnóstico dessas árvores, para levantar a idade, condições sanitárias e se a espécie é adequada para a região. De lá, partimos ou para a poda ou para a remoção e substituição", explica. A substituição é gradual e por enquanto passou apenas nas regiões do Sítio Cercado e Boqueirão.

Os 120 funcionários, divididos em 15 equipes, fazem em média 3.500 podas por mês. Entre elas estão as podas programadas e as de emergência, seja por pedidos pelo 156 ou por causa de perigo iminente. Somente no ano passado, 13 mil solicitações foram atendidas pela SMMA.

Instabilidade

Para o professor de Botânica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Luiz Antônio Acra, a instabilidade dessas árvores vem de diversos fatores. "Primeiro, elas não têm o apoio que teriam no meio das florestas e por serem mais antigas já há uma instabilidade. Outra razão é o tipo de poda, que tira a estabilidade delas", explica. A poda dessas árvores é feita em formato de "V" para não afetar os cabos de luz.

Acra também afirma que a troca dessas árvores de grande porte por diversas menores ajudam na eficiência da arborização. "Essas árvores perdem muitas folhas e não são eficazes como sombra ou reguladoras de temperatura. Além disso, elas causam muita sujeira e exigem mais manutenção", conta. Espécies como o dedaleiro, os ipês e árvores frutíferas como o araçá são algumas das opções para substituição, segundo o botânico.

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