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Diagnóstico

Curitiba vai reavaliar rede de saúde mental

Para a Sociedade Paranaense de Psiquiatria, seriam necessários pelo menos mais sete Centros de Apoio Psicossocial (Caps) para atender à demanda da capital

O Caps Centro Vida, na Vila Izabel, é o único que funciona 24 horas na capital | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
O Caps Centro Vida, na Vila Izabel, é o único que funciona 24 horas na capital (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo)

Um grupo de trabalho vai traçar nos próximos 30 dias um diagnóstico da rede de saúde mental em Curitiba. A Secretaria Municipal de Saúde pretende reestruturar os Centros de Apoio Psicossocial (Caps), instituições que prestam atendimento clínico em regime de atenção diária aos pacientes, evitando as internações em hospitais psiquiátricos. A medida foi tomada após o fechamento do Caps II Ômega, na última segunda-feira. Hoje apenas 13 centros funcionam na cidade. Para a Sociedade Paranaense de Psiquiatria (SPP), no entanto, seriam necessários ao menos 20 estabelecimentos para atender à demanda da capital e região metropolitana.

"A situação complicada já vinha das gestões anteriores. Deveriam existir pelo menos outros cinco Caps Infantil e mais Caps III, que funcionam 24 horas. Curitiba acaba recebendo a demanda das cidades da região", ressalta o presidente da SPP, André Rotta. Atualmente, Curitiba possui dois Caps Infantil, um Caps III, cinco destinados ao tratamento de usuários de álcool e drogas e cinco Caps II, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. "São muitos pacientes para poucos Caps. Os funcionários sofrem uma pressão grande para poder atender a todos os usuários do sistema", afirma Rotta.

Segundo a secretaria, 2.276 pessoas são atendidas nos Caps da capital e cerca de 10% do total de usuários – 228 – estão temporariamente sem local para continuar o tratamento. Esses pacientes eram atendidos no Caps II Ômega, no bairro Rebouças, que pediu o descredenciamento da rede. Apesar de cada Caps ter condições de atender 220 pessoas, o que totalizaria 2.860 vagas, diversos centros de Curitiba possuem listas de espera de pacientes que aguardam atendimento.

Espera

O próprio Ômega apresentava uma fila de espera de aproximadamente 100 pessoas. Segundo o diretor do Centro de Assistência à Saúde da secretaria, Marcelo Kimati, outros centros apresentam um cadastro de aproximadamente 40 pessoas que aguardam tratamento. "Esse é um problema que teremos de extinguir. Os Caps não podem ter lista de espera, são um serviço de porta aberta", afirma.

Ele ainda salienta que o grupo de trabalho pretende identificar a situação dos 24 contratos das 13 empresas prestadoras de serviços assistenciais na área de saúde mental na cidade. Nesta semana havia a informação de que mais um centro pediria o descredenciamento: o Caps Afetiva, no Boqueirão. "Mas nós nos reunimos com os diretores e ficou definido que o contrato não será rompido. Precisamos evitar que outros centros peçam o descredenciamento", afirma Kimati. Nos próximos seis meses, o objetivo é transformar pelo menos dois Caps II em Caps III. "Essa é uma das metas que traçamos para minimizar os problemas de forma mais rápida", diz o diretor.

Pacientes do Ômega passam por reavaliação

De acordo com o diretor do Centro de Assistência à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Marcelo Kimati, os 228 pacientes que estavam sendo atendidos no Caps II Ômega passam por reavaliação clínica e serão transferidos para outros centros até amanhã. Um dos Caps que mais deve receber esses pacientes é o do Bigorrilho.

"O descredenciamento do Ômega nos pegou de surpresa. Mas esses usuários não serão prejudicados. Tão logo a reavaliação seja finalizada, eles serão encaminhados aos locais propícios para seguirem seus atendimentos", afirma Kimati.

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