Curitibano passou 83 horas parado no trânsito em 2016

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Estudo sobre comportamento de trânsito divulgado nesta quarta-feira (22) aponta Curitiba como a 9.ª cidade mais congestionada do Brasil. Em média, os engarrafamentos fazem com que o curitibano passe 20% a mais de tempo parado no trânsito em comparação a situações de fluxo livre. Isso faz com que ele passe cerca de 22 minutos parado dentro do carro todos os dias. À primeira vista, parece pouco, mas esse número representa um total de 83 horas em um ano, em média. Os dados se referem ao ano de 2016.

O primeiro lugar no ranking nacional é ocupado pela cidade do Rio de Janeiro, onde quem se locomove de carro perde 47% mais tempo em vias congestionadas e soma até 164 horas a mais de viagem por ano.

O levantamento feito pela empresa TomTom revela que o pior período de trânsito em Curitiba é o pico da tarde, entre as 18h e as 19h, quando motoristas gastam 43% a mais de tempo entre um trajeto e outro. Pela manhã, os percursos costumam tomar 28% a mais de tempo. Em relação ao ano passado, a capital paranaense permaneceu na mesma posição da lista brasileira. No entanto, o tempo parado dentro do carro subiu 2% em relação a 2015.

A metodologia utilizada leva em conta os dados enviados por GPS e smartphones conectados à rede da TomTom. Ao todo, segundo a companhia, foram mais de 250 milhões de entradas enviadas somente no Brasil. Essas informações são comparadas, levando em conta os momentos de menor tráfego e comparando com o tempo gasto pelos motoristas nos momentos de pico. Em Curitiba, foram analisados dados de 57 milhões de quilômetros rodados por motoristas.

Linha Verde e Área Calma

O ponto de mais congestionamento apontado pelo levantamento em Curitiba é a Linha Verde. A via que vai do Atuba ao Pinheirinho reúne sete dos dez locais mais demorados para dirigir na cidade em 2016. Segundo os dados apresentados, o trecho mais complicado é a BR-116 de quem volta de São Paulo, entre o Bairro Alto e o Bacacheri.

De acordo com a prefeitura, a principal razão para esses congestionamentos na Linha Verde são as várias obras que existem ao longo de toda a via. Além disso, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) afirma haver um crescimento na frota de veículos na cidade de 5%. No entanto, o Detran afirma que essa frota encolheu 12% em 2016.

A pasta detalha ainda que os dados da TomTom não consegue levar em conta todas as variáveis do trânsito curitibano e que, por essa razão, podem existir algumas pequenas distorções da realidade. A Setran tem o seu próprio sistema de medição, mas ele também não é capaz de reconhecer o tamanho dos congestionamentos na cidade — algo que, segundo a Setran, ainda está sendo desenvolvido.

Os outros ponto de trânsito lento estão em dois trechos do Contorno Sul, na região do Campo Comprido, entre a rua Eduardo Sprada e o entroncamento com a BR-277. A Área Calma, alvo de diversas polêmicas desde a sua implantação, possui somente um ponto de tráfego lento entre o “Top 10”, entre as ruas Marechal Deodoro e Monsenhor Celso.

A promessa é de que haverá mais investimentos para melhorar o fluxo de veículos nas vias de Curitiba. Entre as iniciativas apresentadas pela Setran é a ondulação dos sinais, a chamada “onda verde”, que utiliza os semáforos inteligentes para manter o trânsito andando.

Lista nacional

Mesmo com filas congestionadas em que, não raras as vezes, ultrapassam os 100 quilômetros, São Paulo aparece “apenas” na 5.ª posição da lista da TomTom. O gasto extra de tempo no trânsito na maior cidade do país é de 30%. Antes da capital paulista aparecem as nordestinas Salvador, Recife e Fortaleza, com, respectivamente, 40%, 37% e 35% de tempo a mais em fluxos com congestionamento.

“Nós realmente queremos que todos pensem em como reduzir o tempo desperdiçado todos os dias no trânsito – e entendam que cada um de nós deve fazer a sua parte. Mesmo se apenas 5% de nós alterássemos os nossos planos de viagem, o tempo de deslocamento nas nossas principais autoestradas seria reduzido em até 30%”, ressalta Ralf-Peter Schaefer, vice-presidente da TomTom Traffic. O índice é divulgado todos os anos para auxiliar motoristas, cidades e planejadores do transporte urbano a entenderem as tendências dos congestionamentos de trânsito.