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A decisão dos vereadores de Reserva, na região central do Paraná, de recusar o pedido de cassação do presidente licenciado da Câmara Municipal, Flávio Hornung Neto (PMDB), assassino confesso de Nelson Renato Vosniak, presidente do PC do B local, gerou revolta nos moradores da cidade.

Cerca de 600 pessoas, entre parentes e amigos do político morto, acompanharam o resultado da votação, realizada na noite de quinta-feira (23), do lado de fora do prédio da Câmara. Os veradores que votaram contra o pedido de cassação foram vaiados e tiveram que sair escoltados pela polícia.

Parentes e amigos de Vosniak saíram da sessão antes mesmo do resultado final. Bastante abalados, eles ficaram do lado de fora do prédio da câmara esperando a saída dos vereadores. "Eu sonhava que o resultado fosse favorável a cassação. A decepção é grande", disse Luiz Carlos Vosniak, irmão do político morto. O prefeito da cidade, Frederico Bittencourt Hornung - primo de Flávio - também acompanhou a votação.

A viúva de Vosniak, Maria Fabiane Zampieri, ficou bastante abalada e teve que ser levada embora. Os simpatizantes de Hornung fizeram uma comemoração tímida dentro do auditório da câmara.

Votação

Os vereadores do município de Reserva recusaram na noite da última quinta-feira (23), por quatro votos a três, o pedido de abertura do processo de cassação de Hornung. A sessão durou pouco mais de uma hora.

Iraer Malaquias, Sharles de Oliveira, Simas de Oliveira, todos filiados ao PMDB, partido aliado do governo municipal, votaram contra a cassação de Hornung. Vitório Vosniak (PT), Orlei Santos (PT) e João Ferraz (PPS) foram favoráveis a abertura do processo. O último voto ficou a cargo do 1º secretário da Casa, Wilson de Holleben (PMDB), que foi contrário a cassação.

O pedido de cassação foi protocolado, no dia oito de fevereiro deste ano, pelo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Reserva, Eduardo Cionik. O pedido era para ter sido votado já no primeiro dia de trabalhos dos vereadores. Porém, a primeira sessão do ano, realizada no dia 16, foi cancelada por falta de quórum. Dos oito vereadores da cidade, apenas quatro compareceram.

Assassinato em Reserva

O crime aconteceu no domingo, 15 de janeiro, por volta de 21h. Vosniak foi morto quando voltava para a sua casa após uma pescaria. No caminho, ele encontrou Flávio Hornung Neto. Após discutirem, Flávio disparou seis tiros contra o carro onde estava Vosniak e mais dois ocupantes.

Nelsinho, como era conhecido, foi atingido por quatro disparos e morreu na hora. Pessoas que passavam pela rua após o incidente tentaram socorrê-lo, mas ele chegou morto ao posto de saúde da cidade. No mesmo domingo do assassinato, a Gazeta do Povo trazia reportagem sobre o PC do B no município de Reserva.

Habeas-corpus

Hornung Neto, protegido por habeas-corpus, responde ao processo em liberdade. Ele deve responder pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio. A pena varia de seis a 20 anos, se for considerado por homicídio simples, caso condenado por homicídio qualificado, ele poderá pegar de 12 a 30 anos de prisão.

Veja imagens do protesto na reportagem em vídeo

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