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O presidente licenciado da Câmara de Reserva, município da região Central do estado, Flávio Hornung Neto, voltou à cidade depois de ficar duas semanas foragido. Ele é o assassino confesso de Nelson Renato Vosniak, presidente do PC do B local , há 18 dias. O retorno foi na manhã desta quinta-feira, depois de conseguir um habeas-corpus que impede o cumprimento da sua prisão preventiva. O habeas-corpus foi expedido na segunda-feira pelo desembargador Jesus Sarrão, do Tribunal de Justiça (TJ).

Hornung - acompanhado e orientado pelo advogado - compareceu à delegacia de Reserva para dar mais informações sobre o crime. "Ele (Hornung) não acrescentou muita coisa", disse o delegado Walace Brito, responsável pela investigação. "Ele reafirmou que já vinha sendo ameaçado por Vosniak e que atirou para não morrer", completou Brito.

O depoimento faz parte da estratégia da defesa que pretende nortear o processo alegando que Hornung agiu em legítima defesa. "Ao perceber que duas das três pessoas que estavam no carro estavam armadas o meu cliente atirou para se defender", resumiu o advogado.

Hornung esteve ainda no fórum da cidade para assinar um termo que se compromete à permanecer em Reserva e atender às solicitações da Justiça. Em seguida o advogado de Hornung apresentou na Câmara de Vereadores um pedido de licença da função do seu cliente por 30 dias.

Família de Vosniak

Quem não gostou de saber da presença de Hornung na cidade foi o irmão do político morto, Luis Carlos Vosniak. "Esse habeas-corpus é um constrangimento para o município e gera o sentimento de impunidade nos moradores, além de acuar as testemunhas", esbravejou.

O advogado da família - que na quarta-feira havia dito que ia tentar cassar a liminar expedida pelo TJ, falou nesta quinta-feira que dificilmente isso acontecerá. "O desembargador embasou muito bem a liminar. Agora só se o Hornung transgredir alguma regra do habeas", contou. Inquérito

O inquérito sobre o assassinato de Vosniak deve estar concluído na semana que vem e será encaminhado para apreciação do Ministério Público e da Justiça local. De acordo com o delegado, "o documento trará muitos elementos de prova, tanto testemunhal quanto pericial", adiantou Brito.

Giovani Welp Pinto, repórter de um jornal patrocinado por Vosniak, ferido por dois disparos, um deles atingindo o seu pescoço, prestará depoimento nesta sexta ou na segunda-feira, vai depender do estado de saúde.

Enquanto aguarda o andamento do processo, Hornung ficará numa casa da família a dois quilômetros de Reserva, mesmo local, segundo o advogado, em que ficou quando estava foragido.

Crime

Nelson Renato Vosniak foi morto às 21h de domingo, quando voltava para a sua casa após uma pescaria. No caminho, ele encontrou Flávio Hornung Neto. Após discutirem, Flávio disparou seis tiros contra o carro onde estava Vosniak e mais dois ocupantes. Nelsinho, como era conhecido, foi atingido por quatro disparos e morreu na hora. Pessoas que passavam pela rua após o incidente tentaram socorrê-lo, mas ele chegou morto ao posto de saúde da cidade.

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