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Repasse

Delegacias recebem verbas com três meses de atraso

Pela segunda vez em sete meses os recursos não chegaram no prazo. Unidades policiais estavam sem dinheiro para combustível e manutenção desde janeiro

Delegacia de Ponta Grossa também sofreu atraso no repasse: verbas para combustível, serviços emergenciais e compra de material de expediente e de limpeza | Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
Delegacia de Ponta Grossa também sofreu atraso no repasse: verbas para combustível, serviços emergenciais e compra de material de expediente e de limpeza (Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo)

As delegacias da Polícia Civil do Pa­­raná tiveram que esperar por qua­­se três meses para receber o pri­meiro repasse do fundo rotativo em 2012. O dinheiro foi depositado na quarta-feira passada, na conta de cada uma das 470 delegacias do Paraná. A verba é destinada a pa­­gar as despesas de manutenção das unidades policiais do mês de janeiro.

Este é o segundo atraso no re­­passe do dinheiro nos últimos sete me­­ses. Entre setembro e novembro de 2011, as delegacias também tiveram que esperar pela verba, que começou a ser liberada somente no começo de dezembro. O se­­cretário de Se­­gurança Pública do Pa­­raná, Rei­naldo de Almeida Cé­­sar, confirmou a liberação do di­­nheiro, mas garantiu que não há pro­­blemas de recursos financeiros na pasta. "Às vezes não tem como evi­­tar alguns contratempos", disse.

Foram liberados pouco mais de R$ 2 milhões, que serão usados pa­­ra serviços emergenciais, material de expediente e de limpeza, e combustível em locais onde as delegacias não dispõem de abastecimento próprio, como em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu e Guarapuava.

Normalidade

Apesar dos atrasos, a maioria dos delegados garante que a demora na liberação dos recursos não atrapalha o cotidiano das delegacias nem impede que policiais desempenhem suas funções adequadamente. O delegado-chefe da 12ª Subdivisão Policial de Jacarezinho, no Norte Pioneiro, Sérgio Luiz Barroso, reconheceu que houve atraso no repasse, mas que a demora não mudou o cotidiano nem da SDP nem das delegacias regionais da sua área de abrangência. "Esses atrasos sempre existiram. Ainda mais no começo do ano, quando há problemas de orçamento", disse o policial.

Barroso garantiu que a Polícia Civil no Norte Pioneiro não en­­controu dificuldades para abastecer sua frota de viaturas. "Nossos fornecedores entendem a situação e mesmo com esses atrasos continuam atendendo a polícia. Quando o dinheiro é liberado, fazemos o pagamento", detalha.

Na região de Ponta Grossa, nos Cam­­pos Gerais, os delegados ouvidos pela reportagem da Gazeta do Po­­vo divergiram sobre os atrasos. O delegado de Im­­bituva, Agostinho Mus­silini Ju­­nior, disse que o atraso no repasse é preocupante. "Mas os for­­ne­cedores já estão acostumados, nós sempre avisamos antes de com­­prar que o pagamento pode de­­morar", diz. Apesar disso, garante o delegado, as contas da delegacia estão em dia após o repasse do dia 14.

Para outro delegado, da região de Ponta Grossa, que não quis ser iden­­tificado, o atraso é constante e pre­­judica a administração nas de­­legacias e carceragens. No Litoral do Paraná, um delegado, que também pediu para não ser identificado, disse que só consegue abastecer os carros e comprar os alimentos porque tem um bom relacionamento com comerciantes locais. "Is­­so é um pouco constrangedor", disse.

A reportagem entrou em con­­­­tato com a Secretaria Es­­tadual de Segurança Pública (Sesp) para buscar explicações so­­bre os atrasos, mas a assessoria de comunicação não deu as informações solicitadas até o fe­­chamento da edição.

Colaboraram: Luiz Carlos da Cruz, Fabiula Wurmeister, Maria Gizele da Silva e Oswaldo Eustáquio, especial para a Gazeta do Povo.

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