Para a Polícia Civil, a hipótese de que o jovem Guilherme Koerich, de 18 anos, tenha sido agredido por um funcionário do James Bar, em Curitiba, na madrugada do último dia 6 por não pagar a conta é cada vez mais forte. O rapaz teve a perna esquerda amputada no sábado (12) devido a complicações causadas por uma grave lesão no joelho. Os depoimentos tomados de funcionários e clientes reforçaria a tese de uma agressão. O advogado de defesa do estabelecimento defende que houve um acidente.
Nesta quinta-feira (17), onze pessoas foram ouvidas sobre o caso no 3º Distrito Policial (DP). Seis deles são clientes e cinco são seguranças do bar. Ao todo, 24 pessoas já foram ouvidas. "Entre essas testemunhas que depuseram hoje (quinta), uma delas ratificou o que disse uma pessoa ontem (quarta). Ela falou que viu o segurança se jogar sobre a vítima e os dois caíram juntos. Várias relataram que o rapaz foi imobilizado com uma "gravata" (golpe em que a pessoa é presa pelo pescoço), quando a vítima estava no chão. Nenhuma delas disse que ele (Guilherme) tropeçou", falou o delegado Rogério Martin de Castro, titular do 3º DP.
"Ficou reforçada a tese de que foi uma agressão que causou a queda", completou Castro. Ele detalhou que a intenção do funcionário do bar que parou Guilherme quando ele corria na calçada depois de sair do bar é que configuraria a agressão. Porém, o delegado reforçou a informação de que a certeza sobre o que aconteceu só será possível após todas as testemunhas serem ouvidas e a Polícia Civil tiver acesso ao laudo médico.
Nesta quarta (16), foi divulgada a informação de que o funcionário da casa noturna envolvido no caso será indiciado por lesão corporal grave. No mesmo dia à noite, amigos e familiares de Guilherme fizeram uma manifestação na Praça Espanha para repudiar a violência e pedir paz.
Inquérito
Nesta sexta-feira (18), mais duas testemunhas devem depor no 3º DP. A previsão é que Guilherme seja ouvido formalmente pelo delegado na próxima semana, possivelmente na segunda-feira (21). Na oportunidade, será requisitada ao rapaz a autorização para que os prontuários médicos do Hospital Evangélico e da Clínica de Fraturas Novo Mundo sejam analisados pela polícia.
Os documentos serão enviados a um médico do Instituto Médico Legal (IML). "O perito vai esclarecer se as lesões teriam sido causadas por uma queda acidental ou agressão", disse o delegado. Não há data definida para a investigação ser encerrada.
Perjúrio
O delegado Rogério Martin de Castro disse ainda nesta quinta que cogita a possibilidade de abrir um segundo inquérito sobre o caso para apurar perjúrio (mentira) durante os depoimentos. Para ele, algumas das testemunhas iniciais poderiam ter mentido à Polícia Civil. "Vislumbro seriamente essa possibilidade diante da incongruência de alguns depoimentos. Alguém está mentindo", declarou.
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