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Ato público dos agentes foi realizado pela manhã em frente ao Complexo Penal de Piraquara | Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Ato público dos agentes foi realizado pela manhã em frente ao Complexo Penal de Piraquara| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Logo depois do fim do protesto de agentes penitenciários, que fechou os portões do Complexo Penal de Piraquara na manhã desta quarta-feira (14), 52 detentos de delegacias da região de Curitiba foram transferidos para o local. A Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) pretende transferir 52 presos por dia para o complexo, de modo a cumprir a promessa de, em até 60 dias, tirar 1,2 mil presos das unidades policiais de Curitiba e região metropolitana e levar ao sistema prisional do estado. A medida encontra resistência dos agentes, que dizem que não há estrutura suficiente para comportar tantas transferências e temem "um novo Carandiru".

A previsão era de que a manifestação dos agentes durasse todo o dia, mas terminou por volta das 11h30, quando houve a entrada dos presos. Um agente de plantão na Casa de Custódia de Piraquara, que não quis se identificar, confirmou a chegada dos presos e disse que eles estão sendo acomodados "como dá", porque não tem espaço suficiente e adequado. Entre terça e quarta, 104 novos presos foram transferidos, de acordo com a Seju. Os que chegaram nesta quarta ao complexo vieram dos 1.º, 3.º, 5.º, 8.º e 11.º distritos policiais, das unidades de Pontal do Paraná e de Paranaguá e da Delegacia de Homicídios de Curitiba.

Pela manhã, em entrevista à Rádio Bandnews, o governador Beto Richa (PSDB) disse que o complexo estava preparado para receber os novos presos. A afirmação foi rebatida por Antony Johnson, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), que organizou o ato. "É uma mentira que o complexo foi preparado. Só chegaram colchões usados que serão colocados no chão, porque não tem espaço. Assim que os presos chegarem e superlotarem o complexo, a segurança ficará fragilizada", afirma. O sindicato afirma que vai marcar assembleia nos próximos dias, em que será discutida a possibilidade de uma greve da categoria até o fim do mês.

A migração dos presos de delegacias para o sistema penitenciário faz parte de um "plano emergencial" do governo estadual, conforme decreto assinado pelo governador Beto Richa (PSDB) na terça (13) – depois de ser pressionado pela Polícia Civil por causa da morte de um agente penitenciário, no domingo, na fuga de detentos da Delegacia de Colombo.

A promessa do governo do estado é que as delegacias da capital sejam esvaziadas em até 15 dias, com os 538 detentos iniciais sendo absorvidos pelo sistema prisional. O prazo para a transferência de 1,2 mil detentos de toda a região é 60 dias. Ainda assim, nem todos os presos serão transferidos nestes dois meses.

Segundo a Seju, as delegacias de Curitiba, região metropolitana e litoral têm 1.568 presos. Portanto, 338 transferências ficarão para depois, o que deve impactar principalmente as delegacias do litoral. A Seju confirma que elas não serão totalmente zeradas nestes 60 dias. Não há prazos definidos para as transferências começarem nas unidades do interior do estado, já que isso só será definido ao fim das transferências de Curitiba e região.

Protesto

O protesto de agentes penitenciários do Paraná fechou o portão do Complexo Penitenciário de Piraquara durante parte da manhã. Eles impediram a entrada de novos presos, visitas e advogados. Com cerca de cem pessoas, o ato foi organizado pelo Sindarspen. A entidade promove a manifestação por ser contrária à decisão do governo do estado de, a toque de caixa, transferir 1,2 mil presos das delegacias para presídios do estado.

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