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A Assembléia Legislativa vai segurar por tempo indeterminado a votação da mensagem do governo que pede autorização para a Copel comprar a participação da empresa norte-americana El Paso na Usina Elétrica a Gás (UEG) Araucária. Os deputados de oposição conseguiram aprovar um requerimento que suspende a tramitação do projeto até que sejam esclarecidas todas as dúvidas sobre a negociação da compra de ações no valor de R$ 420 milhões.

A mensagem foi o único assunto discutido durante todo a terça-feira pelos deputados e, mesmo assim, a maioria ainda questiona a viabilidade do negócio. "O governo anterior dizia que a usina era um ótimo negócio, o atual governo diz que é uma bomba atômica, mas agora quer comprar. Não podemos aprovar nada no meio de tanta controvérsia", explica o líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), que encaminhou o pedido para barrar a tramitação do projeto.

A mensagem do governo tramita desde a metade do mês passado e precisa ser aprovada para que a Copel pague US$ 190 milhões pela parte da multinacional no empreendimento. A aquisição encerraria uma ação aberta pela UEG contra a Copel em uma corte de arbitragem em Paris. A usina pede US$ 800 milhões de indenização pelo rompimento do contrato feito pela empresa paranaense em 2003. A corte arbitral ainda não chegou a uma sentença. Ao não cumprir as cláusulas do acordo com a UEG, o governo do estado argumentou que o pagamento pela garantia de fornecimento de energia, sem que ela fosse de fato gerada, causaria um desequilíbrio muito alto no balanço da Copel.

O presidente da Copel Rubens Ghilard, disse aos deputados que existe o risco de a Copel perder a ação que corre na corte de arbitragem de Paris e o estado teria de arcar com uma indenização de mais de US$ 1 bilhão. Essa seria, segundo ele, uma das razões para o governo optar pela compra das ações da El Paso na usina por US$ 190 milhões.

A comissão de Fiscalização vai dar seqüência aos depoimentos sobre a UEG. Na próxima semana serão ouvidos o procurador geral do estado, Sérgio Botto de Lacerda e representantes do Ministério Público sobre os processos que estão tramitando na Justiça envolvendo a termelétrica.

Leia mais sobre as análises sobre a compra da UEG no versão do site impresso da Gazeta do Povo (conteúdo exclusivo para assinantes)

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