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Curitiba – Amanhã o senador Marcelo Crivella (PMR-RJ) e o deputado federal Hidekazu Takayama (PMDB-PR), integrantes da CPI da Emigração Ilegal, voltam do Japão depois de passar uma semana em Tóquio para investigar as condições de vida dos cerca de 280 mil brasileiros, descendentes de japoneses, chamados de "dekasseguis", que vivem e trabalham nesse país.

Segundo Takayama, existem falhas na assistência à saúde e à previdência para essas pessoas. "O fato é que muitos brasileiros não estão recolhendo os valores dos planos de saúde, a previdência japonesa, porque são caros demais", afirmou, de Tóquio.

As empresas japonesas são responsáveis por pagar apenas a metade das despesas desses encargos, deixando aos trabalhadores o ônus de bancar a outra parte. "O problema é que as pequenas empreiteiras, com mais ou menos 20 trabalhadores, contratam os brasileiros e simplesmente não recolhem nada. Assim, quando o trabalhador se fere ou sofre um acidente mais grave acaba morrendo por não ter plano de saúde. A comissão está aqui para tentar ajudar esses brasileiros", denuncia.

Os parlamentares visitaram também a escola disciplinar Kurihama, onde crianças brasileiras com problemas sociais ficam internadas após cometerem delitos. "Ali pudemos constatar que existe uma incidência anual de 305 mil detenções desses jovens no Japão", lamenta o deputado.

Isso acontece, afirma Maria Helena Uyeda, presidente da Associação Brasileira de Dekasseguis em Curitiba, por problemas de adaptação dessas crianças à cultura local.

"Quando vão acompanhar os pais que seguem para o Japão, os adolescentes têm muitas dificuldades para se adaptar na escola japonesa, pois o ensino em português é muito caro. Isso cria uma grande evasão escolar e, portanto, esses jovens ficam nas ruas, sem o apoio dos pais que têm de trabalhar pelo menos 12 horas, gerando a delinqüência juvenil", diz. (DD)

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