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Guaribas, Piauí (AE) – Quando chegaram a Guaribas (PI) para lançar o Programa Fome Zero, em fevereiro de 2003, os cinco ministros do governo Lula usaram quatro helicópteros para alcançar a cidade, a 653 quilômetros ao Sul de Teresina. Talvez por isso tenham esquecido um dos principais problemas do município: é quase impossível chegar a Guaribas. A cidade fica, quase literalmente, no fim de uma picada. Só assim pode ser descrito o caminho que leva a Caracol, município mais próximo, até Guaribas, onde até caminhões atolam na época das chuvas e nada que não tenha tração nas quatro rodas consegue passar, mesmo na época da seca.

Preços

Além de Guaribas, apenas a serra. A conseqüência é econômica: o que chega para ser vendido na cidade é muito caro, o que é produzido lá, sai quase de graça para quem se dá ao trabalho de ir buscar.

Nos poucos mercadinhos da cidade, o preço da comida causa um estrago nos benefícios do governo recebidos pelas famílias. Um quilo de feijão custa aos moradores R$ 4,00; um quilo de arroz, R$ 2,50; de açúcar, R$ 2,00. Em Teresina, em qualquer supermercado, o feijão custa R$ 2,70; o arroz, R$ 1,29; e o açúcar, R$ 1,30.

"Teve uma época que vieram umas empresas de Minas Gerais aqui para fornecer. Saía mais barato, mesmo com os impostos. Mas acabaram desistindo por causa da estrada", conta Edicarlos Silveira, 28 anos, dono do maior mercadinho da cidade. Até junho Edicarlos era metalúrgico em São Paulo. Solteiro, quando descobriu que a água tinha chegado à cidade, decidiu voltar a viver em Guaribas.

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