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A comunidade de Floresta, onde o estrago foi causado pela chuva e onde ocorreu uma morte | Aniele Nascimento/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
A comunidade de Floresta, onde o estrago foi causado pela chuva e onde ocorreu uma morte| Foto: Aniele Nascimento/ Agência de Notícias Gazeta do Povo

Uma das regiões mais afetadas pelas chuvas que atingiram o Litoral paranaense em março, o Distrito de Floresta, não deve voltar a ser habitado. Esta é a conclusão de um estudo geológico feito pela empresa Minerais do Paraná (Mineropar) no local. O laudo aponta que a região é uma área de risco.

O estudo foi produzido a pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR) para decidir se autorizava ou não a religação da energia elétrica nas propriedades de Floresta. O resultado do laudo foi encaminhado para as prefeituras de Morretes e Paranaguá (onde está localizada a área).

O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Adilson Castilho Casitas, informou, no entanto, que a autorização para a ocupação do solo deve partir das prefeituras. O laudo recomenda a realização de reuniões para a conscientização sobre o risco de ocupação do solo e a identificação de outro local para a comunidade habitar.

Localizada em uma planície, a comunidade da Floresta foi atingida por um grande quantidade de rochas, areia, argila e troncos de árvores que foram arrastadas pela chuva das encostas da Serra da Prata. Os deslizamentos destruíram plantações, residências e assoreou os rios Jacareí e Tingidor.

O procurador municipal de Curitiba Paulo Roberto Calliari tem uma área em Floresta. Ele afirmou que cerca de 50 famílias voltaram a viver no local, mesmo com a situação precária. ?Estamos aqui sem energia elétrica, nos virando à luz de velas. Muita gente ainda não conseguiu limpar suas casas. Estamos esquecidos pelo poder público?, disse.

Segundo Calliari, alguns moradores estão voltando a plantar e não pretendem sair do local. ?Estamos abertos a discussão de desapropriação, mas eu sei que isso demora anos. Precisamos de medidas urgentes, como a religação da energia elétrica e a liberação de recursos para as famílias que perderam tudo?, afirmou.

Estragos

A tragédia no Litoral começou a se desenhar entre os dias 10 e 11 de março, quando choveu quase a metade do esperado para todo o mês, segundo o Instituto Tecnológico Simepar. Foram 115 milímetros de chuva, quando a média histórica para o mês é de 268 milímetros.

Em Morretes, a água dos rios subiu rapidamente e invadiu casas e propriedades rurais. O abastecimento de água e luz foi prejudicado e milhares de pessoas tiveram de abandonar suas casas por precaução. Na comunidade de Floresta, as residências ficaram destruídas.

A chuva deixou três mortos. As duas primeiras ocorreram em Antonia. Em Floresta, Maria de Souza Lopes, morreu afogada dentro de casa e foi arrastada pela enxurrada.

Litoral - Depoimento moradora

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