
O desvio ferroviário, chamado de plano diretor multimodal, que vai desativar a linha férrea que passa pelo Centro de Curitiba e pelos municípios de Pinhais e Almirante Tamandaré, na região metropolitana, já conta com recursos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do Paraná (Dnit). O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (19) pelo diretor geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, na sede do órgão na capital.
Segundo informações da assessoria de imprensa da prefeitura, os recursos disponíveis para os projetos do plano diretor multimodal somam R$ 8 milhões e virão do Programa de Segurança Ferroviária, que identificou no Brasil 921 locais onde há conflitos entre a ferrovia e as cidades ou rodovias. Participaram da reunião desta quinta-feira o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), de Almirante Tamandaré, Vilson Rogério Goinski (PMDB), de Araucária, Albanor Gomes (PSDB) e de Piraquara, Gabriel Jorge Samaha (PPS).
Durante o encontro foi entregue formalmente o plano ao diretor do Dnit. O projeto foi elaborado Prefeitura de Curitiba em conjunto com a Superintendência do Dnit no Paraná.
Integração
O plano diretor é a quinta proposta de contorno ferroviário discutida em Curitiba em menos de dez anos. Ao contrário das anteriores, entretanto, a nova alternativa deve aliar o sistema ferroviário a outros meios de transporte: aeroviário, rodoviário, marítimo e de ciclovias.
Desde 2002, há um projeto de contorno ferroviário avaliado em R$ 82 milhões engavetado por problemas de concessão de licenciamento ambiental. Pelo projeto antigo, a linha férrea passaria a oeste de Curitiba, em um percurso de 43,7 quilômetros, entre duas áreas de proteção ambiental (Passaúna e Rio Verde). De acordo com a nova alternativa proposta pelo plano diretor, o traçado do contorno rodoviário norte e sul será utilizado para a construção de uma linha férrea paralela.
Pelo projeto os novos trilhos do trem vão passar sobre os diques do canal extravasor do Rio Iguaçu, ligando o novo desvio ao Porto de Paranaguá. Um ramal até o Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, também está previsto, além da construção de ciclovias no lugar de toda a linha férrea que será desativada no Centro da cidade. As ciclovias serão feitas também em todo o contorno da cidade, acompanhando a rodovia e a ferrovia, formando uma rede metropolitana.
"Estamos muito próximos de concretizarmos um sonho de Curitiba e da região metropolitana, que será materializado com o apoio do Dnit. Este será um plano importante pelos benefícios duradouros que ele trará para Curitiba e Região. O plano multimodal vai melhorar as condições de trânsito, integrar diferentes modais de transporte, promover o desenvolvimento econômico da Região Metropolitana de Curitiba e também da região da CIC, fomentar o turismo, integrando Curitiba e o Paraná", disse Richa ao site de notícias da prefeitura.
O diretor geral do Dnit afirmou que a partir de agora será importante incluir o plano diretor multimodal no PPA (Plano Plurianual) e no orçamento de 2010 do governo federal. Pagot disse que a Prefeitura de Curitiba e Dnit farão o Termo de Referência Técnica, Estudos de Viabilidade Econômico-Ambientais e o Termo de Referência Ambiental, documentos necessários para que os projetos possam ser licitados pelo Dnit.
A expectativa de Pagot é licitar os estudos e projetos de engenharia daqui a 60 dias. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, para a elaboração do projeto e do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA-RIMA) serão necessários aproximadamente nove meses. Caso tudo ocorra dentro do prazo, a licitação para as obras pode acontecer no primeiro semestre de 2010.



