Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
sistema prisional

Dois agentes penitenciários são presos acusados de incitar rebelião na PCE

Prisões são resultados das investigações comandadas pelo Cope. Sindicato afirmou que advogados estão analisando a situação

Dois agentes penitenciários acusados de incitar a rebelião na Penitenciária Central do Estado (PCE) foram presos na manhã desta terça-feira (2). As prisões são resultados das investigações do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e foram anunciadas pelo secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, durante a abertura da Escola de Governo desta terça. A rebelião na PCE aconteceu nos dias 14 e 15 de janeiro e durou mais de 18 horas. O motim deixou seis presos mortos e sete feridos em Piraquara, na região metropolitana (RMC).

Estão presos o chefe da segurança da PCE, Celso Tadeu do Nascimento, e o subchefe da segurança, Carlos Carvalho da Silva. O primeiro foi detido no Centro de Curitiba e o segundo foi localizado em Pinhais, na RMC. Além disso, o Cope ainda cumpriu nove mandados de prisão contra detentos que estavam na penitenciária e que foram transferidos para outros presídios. A Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp-PR) informou que os dois agentes e os nove presos vão responder por homicídio qualificado, lesões corporais graves e gravíssimas, além de dano ao patrimônio com violência à pessoa.

Mistura de facções

De acordo com Delazari, a rebelião só começou porque presos inimigos foram colocados em uma mesma galeria. O remanejamento teria sido planejado pelos agentes. As investigações do Cope apontaram que, por volta das 17h do dia 14 de janeiro, presos "desafetos" foram transferidos para as galerias 8 e 10. Além disso, um destes detentos teria sido escolhido para fazer a distribuição da comida. Nesta mesma noite, o motim foi iniciado.

Logo após a rebelião, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) afirmou que o responsável pelo motim foi o governo do estado, que determinou a retirada de 20 policiais militares que trabalhavam na PCE, facilitando rebelião. O governador Roberto Requião (PMDB), também na manhã desta terça, durante a Escola de Governo, atacou os agentes e disse que eles forçaram a rebelião para pressionar o governo para conseguir o porte de arma e novas escalas de plantão. Segundo o relatório do Cope, houve uma "trama bem planejada pela chefia de segurança e alguns presos, tendo como premissa maior o retorno dos policiais militares ao estabelecimento prisional".

Injustiça

De acordo com o vice-presidente do Sindarspen, José Roberto Neves, a decisão de prender dos agentes é injusta. "Foram prisões prematuras. O governo que apenas tirar a culpa das costas", afirma Neves. "O chefe de segurança é um agente, mas também é um homem de confiança do governo. Ninguém transfere os presos sem que as autoridades maiores saibam disso", completa o vice-presidente do sindicato.

Neves lembra que o Sindarspen havia alertado sobre a possibilidade de um motim e reclama que a investigação foi focada e não considerou outros aspectos ligados à rebelião como a retirada de PMs do local, o efetivo pequeno de agentes e a estrutura danificada da PCE. "A apuração foi 'viciada', pois só tinha o objetivo de culpar os agentes penitenciários", defende.

Os advogados do Sindarspen já pediram o relaxamento da prisão dos agentes. Neves ainda disse que o sindicato vai solicitar o início de uma nova investigação ao Ministério Público. "Queremos uma apuração que considere todas as possibilidades", disse.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.