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Curitiba – Um inquérito da Polícia Civil e um Inquérito Policial Militar (IPM) vão investigar o envolvimento de três policiais das Rondas Ostensivas de Natureza Especiais (Rone) na morte do trabalhador rural Deiviti Maicon dos Santos, 19 anos. Santos estava na garupa de uma moto pilotada pelo primo e voltava da Festa do Vinho de Colombo, na noite de sábado, quando levou um tiro na nuca. Os três investigados foram afastados do trabalho de rua até a conclusão do IPM.

Há duas versões para o caso – uma dos policiais e outra de Tiago Luiz Machado, que completa 20 anos hoje e dirigia a motocicleta. Os militares afirmam que a vítima atirou contra a viatura, depois que o motorista desobedeceu à ordem para parar o veículo. Os policiais apresentaram uma pistola Taurus 380, supostamente de Santos.

Machado diz que nem ele nem o primo estavam armados. Segundo o rapaz, os dois passavam por uma travessa na Fervida, área rural de Colombo, quando viram um carro estacionado no escuro. "Escutei um grito, mas não parei. As luzes estavam apagadas, eu não sabia que era a polícia. Logo em seguida escutei os tiros e meu primo caiu da moto." Com medo, ele diz ter continuado antes de voltar para socorrer Santos. "Quando cheguei, ele já não estava mais lá. Me algemaram e fui levado para a delegacia."

Santos chegou morto ao Hospital Cajuru às 0h44 de domingo, levado por uma viatura da Rone, segundo a assessoria de imprensa do hospital. Machado, que levou um tiro de raspão no braço esquerdo, estava preso até a manhã de ontem, acusado de co-autoria no suposto ataque aos policiais. Ele foi solto por falta de provas. "Não tive o convencimento para autuá-lo", disse o delegado Hamilton da Paz, da Delegacia de Colombo. O rapaz será indiciado por dirigir sem habilitação. Santos e Machado não tinham passagem pela polícia.

Deiviti trabalhava na Agrofior, produtora de mudas orgânicas, e ajudava o pai na propriedade rural da família, na região de Ribeirão das Onças. Ele foi enterrado ontem no cemitério da Igreja do Rosário, centro de Colombo. Questionado se o filho poderia estar armado, o pai, Altair dos Santos Machado, foi categórico: "Isso é uma loucura. Colocaram a arma na mão dele".

O resultado do exame de resíduo de pólvora deve ser liberado hoje. O delegado Hamilton também requisitou uma perícia na arma Taurus 380. O chefe da comunicação social da PM, tenente coronel Jorge Costa Filho, não soube informar quantos policiais participavam da ação na Festa do Vinho de Colombo.

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