Duas horas de caos em Curitiba

• 0

Uma das avenidas mais importantes de Curitiba, a Presidente Affonso Camargo, ficou completamente interditada por duas horas na manhã de ontem, após o descarrilamento de um dos vagões de um trem da América Latina Logística (ALL). De acordo com a empresa, a composição saía da Rodoferroviária e seguia para o pátio Alto Boqueirão. O descarrilamento, que pode ter sido causado por vandalismo, ocorreu por volta das 7 horas e não deixou feridos. O vagão estava carregado de cimento, mas não houve derramamento do produto.

O fluxo de veículos ficou interrompido nos dois sentidos da avenida. O bloqueio deixou o trânsito complicado em várias ruas da região em um dos horários de maior movimento.

Com os ônibus parados, os usuários do transporte coletivo foram prejudicados. Os passageiros ficaram tensos sem saber o que estava acontecendo. Muitos saíram dos ônibus e seguiram caminhando. Para evitar o local do bloqueio, alguns ônibus usaram a Avenida Padre Germano Mayer como desvio. O novo trajeto deixou passageiros esperando dentro das estações-tubo em alguns trechos da Affonso Camargo.

Mesmo com novo trajeto, os ônibus demoraram cerca 40 minutos para percorrer o trajeto do Jardim Botânico até a Praça Rui Barbosa. Em dias normais, o tempo do percurso é de cerca de 15 minutos. A estagiária de Desenho Industrial Ana Claudia Ulbrich acabou perdendo o horário do trabalho. "Eu já estou há tanto tempo dentro deste ônibus que nem lembro quanto. Nunca esperei tanto", disse.

Equipes da empresa recolocaram o vagão no trilho e por volta das 9 horas o trânsito voltou a fluir. Equipes da Diretoria de Trânsito da Urbanização de Curitiba (Diretran/Urbs) foram para o local para orientar os motoristas. O movimento continuou lento na região até por volta das 9h30.

Hipóteses

A empresa informou que abriu sindicância para apurar as causas do acidente. O resultado deve sair em até 30 dias.

Entre as hipóteses levantadas pela ALL como causa do descarrilamento está o vandalismo.

Próximo ao local do acidente há uma chave de manobra, que faz o desvio da linha quando necessário. Essa chave é operada manualmente pelo maquinista do trem e pode ter sido destravada por alguém não autorizado. Conforme o engenheiro civil Ricardo Bertin, mestre em Transportes e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o acionamento automático da chave a distância poderia até diminuir a possibilidade de vandalismo, mas não a eliminaria. "Vandalismo é uma ação humana, é difícil criar algo que seja totalmente antivandalismo."