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A população de Curitiba e região só se importa com o consumo racional de água quando passa por momentos críticos, como a atual estiagem. É o que aponta a diferença de economia entre a população que vive na área de racionamento e a que ainda não foi atingida.

De acordo com a Sanepar, enquanto o grupo de 1,8 milhão de pessoas da região abastecida pelas barragens de Piraquara I e Iraí baixou o consumo em 22% desde 20 de junho, as 800 mil abastecidas pela barragem do Passaúna, que opera normalmente, reduziram apenas 2,95%.

A diferença na economia entre as duas regiões é de 86,5%. Estão incluídos na área não atingida bairros curitibanos como Santa Felicidade, Cascatinha, São Braz e Tatuquara, entre outros, além de cidades como Campo Largo, Almirante Tamandaré, Campo Magro e Fazenda Rio Grande.

Para o gerente da Sanepar para Curitiba e região metropolitana, Antônio Carlos Gerardi, a diferença é um indicativo de que a população só se conscientiza a partir de ações severas, como o corte do abastecimento. "Mesmo a população que está sob o racionamento só passou a colaborar após a Sanepar implantar o rodízio", salienta.

Apesar da falta de colaboração de grande parte da população onde não há racionamento, alguns focos de conscientização surgem nas proximidades. Em Santa Felicidade, no condomínio horizontal Castelo Pizatto, os 60 moradores estão colaborando. Segundo o síndico, José Carlos Schultz, nenhum deles está lavando a calçada e todos evitam regar as plantas. "Mesmo não tendo racionamento, o pessoal está consciente do problema e colabora", alega.

Consumo médio

Outro indicativo de que o curitibano abusa do desperdício é a média de água consumida. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que 80 litros são suficientes para uma pessoa cumprir todas as necessidades diárias. Entretanto, a média histórica diária do curitibano varia entre 140 e 160 litros.

Para o professor de Planejamento Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eduardo Gobbi, o desperdício do curitibano ainda não chega ao nível de cidades como Rio de Janeiro (média de 350 litros/dia por pessoa) ou Brasília (600 litros/dia por pessoa). Mas não pelo fato de o curitibano ser mais consciente. "Aqui se gasta menos porque a cidade é mais fria", ressalta.

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