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LANÇAMENTO

Edição traz detalhes a mais da Pré-História

A Pré-História foi uma das seções mais alteradas na reedição do li­­vro, por incrível que pareça, segundo Eduardo Bueno, porque o que mais tem mudado é a parte mais remota do passado. "Quem escreve sobre o passado são as pessoas do presente e a Pré-História é um campo que começou a ser explorado tardiamente. Hoje tem muita gente boa escavando sozinha", comenta. O crânio de Luzia (encontrado na região metropolitana de Belo Horizonte na década de 70) ganhou mais destaque justamente porque os traços negroides dela confrontam com teorias já existentes. Afinal, acreditava-se que o antepassado estava ligado aos índios mongóis, mas o crânio desta mulher é de mais de 11 mil anos, o que coloca em dúvida as teorias da origem do homem americano.

O achado de Luzia fez com que arqueólogos passassem a trabalhar com uma nova teoria, desde 1996, chamada de "quatro migrações": uma dessas migrações seria a de um grupo de povos não mongóis cujos traços eram parecidos aos dos atuais africanos.

Jesuítas

O tema jesuítas ganha um novo tempero porque Bueno, ao pesquisar o assunto para escrever outro livro (A Coroa, a Cruz e a Espada), chegou a detalhes que não eram contemplados na primeira edição do livro Brasil: uma história, de 2001. "A chegada dos jesuítas ao Brasil coincide com o período da Con­tra­­rreforma. Li muito sobre o papel desempenhado pelos jesuítas em Portugal e exportado ao Brasil: eles vieram com a ideia de que ler não era bom, ao contrário dos luteranos (na Europa) que queriam mostrar ao povo que nem tudo o que se dizia sobre a Bíblia era verdade, porque certos fatos não estavam narrados no livro sagrado. O resultado é que os luteranos foram alfabetizados, mas os catequizados pelos jesuítas não. E isso influenciou na cultura da própria colônia brasileira", diz.

Dom Pedro II é "a personalidade" do livro, pois ganha mais atenção no capítulo 18, intitulado O Brasil Imperial. Bueno diz que tem atração pelo lado cultural do segundo imperador porque foi ele quem mais incentivou a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. "Mas o imperador foi retrógrado ao ser contrário à industrialização, por exemplo."

O último capítulo fala sobre o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que Bueno decidiu relatar, mesmo que ele ainda esteja no poder, porque a eleição dele seria um marco histórico do país. "Independentemente do que as pessoas pensam sobre o Lula, não dá para negar que a eleição do petista mostra que o Brasil se tornou maduro democraticamente e colocou pela primeira vez um governador que não fosse oriundo da elite", afirma.

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