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Uma carga de componentes eletrônicos avaliada em R$ 800 mil que ia do aeroporto internacional de Viracopos para a fábrica da Samsung, em Campinas (a 93 km de São Paulo), foi roubada na noite desta quinta-feira (14).

Foi o quarto caso de roubo de carga registrado em menos de dez dias na região, que é considerada foco desse tipo de crime e desafia há anos a Polícia Civil. Somados os outros três casos, os valores alcançam R$ 1,6 milhão.

A ação foi cinematográfica e durou menos de dez minutos. No acesso da Anhanguera para o anel viário que chega próximo à Samsung, os cerca de dez criminosos -armados com fuzis- renderam o motorista do caminhão e o segurança à paisana que fazia a escolta da carga.

Na sequência, o bando atravessou a carreta na pista e rendou ainda, segundo a polícia, motoristas de outros veículos -entre eles um policial militar numa moto. Ele acabou refém da quadrilha, foi preso no porta-malas de um dos carros usados na ação e libertado uma hora e meia depois.

Ninguém ficou ferido. Os criminosos carregaram os componentes em dois furgões e fugiram. Um Jetta usado na ação foi abandonado horas depois em Indaiatuba.

De acordo com a polícia, a ação foi denunciada por agentes de tráfego da concessionária responsável pela Anhanguera. Eles viram a movimentação estranha pelas câmeras de vigilância e acionaram a Polícia Rodoviária.

Os policiais chegaram logo após o crime. A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) deve iniciar as investigações colhendo depoimentos ainda nesta sexta (15). Até o final desta manhã, ninguém ainda havia sido preso.

Uma reunião que já estava agendada com representantes das transportadoras está prevista para esta tarde. Eles vão discutir ações de segurança para combater o crime. A polícia apura a formação das quadrilhas de roubos de cargas.

A ação contra a Samsung e o outros três casos foram registrados depois da prisão de um suspeito apontado pela polícia como um dos maiores ladrões de carga do Estado.

Segundo a polícia, ele liderou o roubo ao depósito da rede de lojas Magazine Luiza, em Louveira (a 71 km de São Paulo).

Não foi a primeira vez que a Samsung foi vítima de quadrilha especializada em roubo de cargas valiosas. Em julho do ano passado, um bando invadiu a fábrica da empresa e roubou diversos equipamentos eletrônicos.

Na ocasião, a Polícia Civil chegou a avaliar as cargas em R$ 80 milhões, mas a empresa falou em R$ 14 milhões. Parte da carga foi encontrada no Paraguai e a polícia prendeu suspeitos de participar da ação.

Mais três casos

Outros crimes como o da Samsung vêm sendo registrados desde quarta-feira (7) na região que se tornou uma espécie de “Triângulo das Bermudas”.

Na quarta-feira (13), ao menos seis criminosos armados e encapuzados roubaram parte de uma carga de celulares e chips que estava em um caminhão na rodovia dos Bandeirantes, também em Campinas. O montante foi avaliado em R$ 400 mil.

Os produtos, de uma grande marca de eletrônicos, seriam entregues numa transportadora em Hortolândia. Eles renderam o motorista e o ajudante, e transferiram a carga para uma Sprinter. Ninguém ficou ferido. A Polícia Civil informou que o caso é investigado.

Os outros dois casos foram registrados na semana passada, num mesmo dia – quarta (7) –, mas não eram de eletrônicos. A soma dos produtos nos dois roubos é avaliada em R$ 460 mil. Ninguém foi preso até o momento.

No primeiro, uma carga de óculos avaliada em R$ 400 mil foi roubada na Bandeirantes. No segundo, um caminhoneiro foi feito refém por cerca de cinco horas. O baú estava vazio e os criminosos levaram o cavalo do caminhão, avaliado em R$ 60 mil.

Em janeiro, fevereiro e abril deste ano, também foram registrados casos do mesmo tipo. Foram levados ao menos R$ 13,5 milhões.

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