
Se você ainda não comprou o brinquedo de Natal de seu filho ou sobrinho, ainda dá tempo de escolher o mais adequado. Além dos educativos e pedagógicos, qualquer brinquedo pode despertar a inteligência dos pequenos se os momentos de diversão forem acompanhados por um adulto mais atento.
Quem explica é o psicólogo e professor do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) Aderson Costa. "O grande objetivo do brinquedo é provocar entretenimento e, na medida em que ele é prazeroso, facilita o processo de aprendizagem. Na prática, todo brinquedo tem esse facilitador, mas depende do modo como ele é usado", comenta. Costa explica que uma simples boneca de plástico pode ser usada para mostrar partes do corpo e ensinar noções de higiene. Uma bola, conforme o psicólogo, pode ser aproveitada para explicar à criança as formas geométricas.
Os brinquedos educativos e pedagógicos são mais facilitadores ainda: os pedagógicos estão ligados a conteúdos escolares, como os jogos de letras e números, enquanto os educativos despertam o desenvolvimento da criança, como os blocos de montar. O Lego é um exemplo.
"Mesmo alguns jogos eletrônicos têm uma função importante. Os melhores brinquedos são os que estimulam a criatividade e a solução de problemas", completa a professora do departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Lidia Weber. Ela lembra que é mais interessante para a criança ganhar um kit com peças para montar um carro do que simplesmente um carrinho barulhento.
Mercado
A indústria está de olho nessas preferências. A Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), que espera um faturamento de R$ 3,9 bilhões em 2012, informou que 600 novos brinquedos foram lançados no mercado brasileiro neste ano. Boa parte está ligada a heróis e personagens de filmes. Apesar disso, há uma demanda crescente para brinquedos educativos e pedagógicos. O proprietário de uma fábrica de brinquedos em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, Ivo Bremm, comenta que tem crescido a conscientização dos pais em busca dos educativos. Dos 300 itens produzidos na fábrica, cerca de 90% são desse tipo.
Débora Hyeda comenta que prefere selecionar os brinquedos dos seus garotos para proporcionar a eles maior chance de aprendizado. Leandro, de 7 anos, adora os brinquedos de montar. Já Téo, de 3, é fã dos quebra-cabeças. Os jogos também são a preferência de muitas crianças. Gabriela, de 9 anos, foi à loja escolher o presente com a mãe Lidiane Garbuio e logo tratou de separar um jogo. "Eu gosto de jogos e de bonecas", disse.



