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Na abertura oficial da temporada de autocrítica do PT, o diretório paulista do partido se reúne hoje dividido em nada menos do que dez grupos internos. Cada um deles decidiu apresentar um texto para o encontro, o que revela o tamanho do racha após o escândalo do dossiê e a derrota de Aloízio Mercadante.

À exceção do material dos poucos petistas que ainda estão com o senador, os documentos são duros com os "aloprados". Também reservam críticas aos erros de estratégia da campanha no estado e às práticas gerais da sigla. "Não podemos negar que uma determinada cultura aparelhista, burocrática, mandonista e fisiológica encontra amplo respaldo na direção do PT", afirma um texto preparado pela esquerda partidária.

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Voz para todos – Até mesmo João Paulo Cunha decidiu se distanciar da direção paulista do PT. "Ao menos poderíamos perder sem ter que assistir ao episódio do dossiê", diz o documento do grupo do ex-presidente da Câmara. Te pego – A reunião de hoje do diretório paulista do PT terá outro ponto de tensão. O presidente estadual do partido, Paulo Frateschi, não gostou nada de saber que teve de prestar esclarecimentos à Polícia Federal no inquérito que investiga o dossiê essencialmente por ter sido citado no depoimento de Mercadante. Bem na foto – Partidos, movimentos sociais e entidades de classe passaram o dia de ontem numa corrida para ver quem entraria primeiro na Justiça contra o aumento de salário dos parlamentares. Venceu a CUT do Distrito Federal, que conseguiu protocolar ação no fim da tarde, antecipando-se ao PPS e à UNE. Cinderela – Os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Joaquim Barbosa (STF) e a assessora da Presidência Clara Ant eram os mais animados no coquetel realizado após a diplomação de Lula. Ant deixou o Itamaraty com as sandálias na mão. Ressaca – Ontem, em palestra a militares, Dilma trocou a cidade que será o ponto de partida da ferrovia Transnordestina. Disse "Eliseu Resende" (senador eleito pelo PFL-MG). O município piauiense se chama Eliseu Martins.

Minha vez – Senadores "desempregados" do PMDB começaram a sondar os colegas a fim de ocupar a vaga de ministro do TCU, reaberta com a rejeição de Luiz Otávio (PA) pela Câmara. Amir Lando (RO) e Maguito Vilela (GO) já estão em campanha. Até ele – Opositor feroz do governo Lula, o senador Jefferson Péres (AM) diz em carta ao partido que é contra a adesão ao governo, mas promete "manter canal aberto de diálogo" com o presidente. Passou – Em fase de reconciliação com o PSB após flerte com a oposição, o deputado Júlio Delgado (MG) desistiu da posse do governador de seu estado, Aécio Neves (PSDB), para ir ao evento de Eduardo Campos, presidente do partido, em Pernambuco. Anti-Chávez – José María Aznar, espécie de guru do PFL, vem ao Brasil em abril, a convite do partido. O ex-premiê espanhol será palestrante de honra do seminário "Populismo na América Latina". FHC, outro convidado, ainda não confirmou presença. Pela tangente – Futuro secretário de José Serra e colega do prefeito Gilberto Kassab (PFL), Afif Domingos tem feito de tudo para não tratar da ação da Associação Comercial, presidida por ele, contra a lei que proíbe outdoors em SP. Isolado – Vem da pequena Cambé (PR) uma das únicas críticas públicas de tucanos à disposição de Tasso Jereissati de apoiar Ciro Gomes (PSB-CE) para a Presidência em 2010. "Ele deveria se demitir já da presidência do partido", diz Erasmo Machado, que comanda o PSDB local.

TIROTEIO

* Do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) sobre o relatório da CPI dos Sanguessugas, que não apresentou conclusões sobre a origem do dinheiro que seria usado para comprar o dossiê contra José Serra.

– Precisamos de um Sherlock Holmes brasileiro para os crimes insolúveis do PT: a morte dos prefeitos Celso Daniel e Toninho, o valerioduto e, agora, a origem do dinheiro do dossiê.

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