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Tragédia no templo

Empresa não tinha licença para trocar telhado da Renascer, diz Crea

Segundo superintendente do conselho, não há registro da Etersul. Empresa diz que não precisa de engenheiro para "trocar telha"

A empresa contratada pela Igreja Renascer para fazer a troca das telhas do teto da sede do Cambuci, na Zona Sul de São Paulo, que desabou no domingo (18), não tinha licença do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (Crea) para funcionar. A informação foi confirmada na manhã desta terça-feira (20) pelo superintendente operacional do Crea, Ademir Alves do Amaral, responsável pela fiscalização do caso por parte do conselho.

Segundo ele, para exercer o trabalho que realizou na igreja, a empresa teria que ter a licença. "Toda empresa que presta qualquer serviço na engenharia tem que ter uma autorização do conselho. Nós procuramos o registro da Etersul em nossos arquivos e não achamos nada", afirmou.

Amaral informou que a fiscalização do conselho está investigando nos arquivos do conselho todos os nomes citados até o momento e que podem ter algum envolvimento com o prédio da Renascer no Cambuci. Caso fique provado que eles, de alguma forma, atuaram no local sem ter permissão, serão punidos tanto pelo Crea como pela Justiça. "Nesse caso, o Ministério Público também deve tomar as medidas pertinentes", disse Amaral.

Procurado pela reportagem do G1, o proprietário da Etersul Coberturas e Reformas, Daniel dos Anjos, de 41 anos, disse não ser engenheiro, mas que, para realizar o trabalho que foi feito na igreja, não precisava de licença. "Para trocar telha, não precisa ser cadastrado no Crea ou ser engenheiro. Até um peão troca", afirmou.

A assessoria da Renascer informou que não pode se responsabilizar por uma empresa que foi contratada para fazer o serviço e que acredita que a própria Etersul irá responder essa questão. A Igreja disse ainda que soube nesta terça-feira que a empresa não tinha licença do Crea pelo G1.

Fatores

O superintendente operacional do Crea disse ainda que esteve nos escombros do edifício da Renascer e que não é possível, no momento, tentar afirmar qual motivo levou ao desabamento. "São diversas hipóteses: sobrecarga, falha de manutenção, falha de projeto. Estão citando cupins também. Não dá para saber agora. Pode até ser um somatório de fatores", afirmou.

De acordo com Amaral, o Crea irá acompanhar o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística (IC), que só vai agir diretamente no local após uma empresa contratada pela Renascer demolir a estrutura que ainda está de pé e corre o risco de cair. Segundo ele, até o momento, os peritos do instituto fizeram efetivamente apenas uma perícia fotográfica do local. A informação foi confirmada pela assessoria do IC.

Nove pessoas morreram e 113 ficaram feridas no desabamento do teto da Igreja Renascer no Cambuci.

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