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Transporte coletivo

Empresas de ônibus querem auditoria na bilhetagem eletrônica de Curitiba

Operadoras da Rede Integrada de Transporte também querem saber quanto há de recursos provenientes da venda de passagens no Fundo de Urbanização de Curitiba

Bilhetagem eletrônica do transporte de Curitiba é alvo das empresas de ônibus | Walter Alves/Agência de Noticias Gazeta do Povo
Bilhetagem eletrônica do transporte de Curitiba é alvo das empresas de ônibus (Foto: Walter Alves/Agência de Noticias Gazeta do Povo)

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) vai pedir uma auditoria no sistema de bilhetagem eletrônica dos ônibus e no Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC). A intenção foi anunciada em entrevista coletiva, convocada para a manhã desta sexta-feira (21).

Segundo Dante Luiz Franceschi, membro do conselho consultivo da entidade e proprietário da São José Filial – uma das 23 empresas que compõem o sistema de transporte da capital –, os empresários esperam desde 2011 acesso ao contrato entre Urbs e Instituto Curitiba Informática (ICI) sobre a bilhetagem eletrônica. "Agora, em 2014, reafirmamos o pedido e ainda não recebemos. E nós recebemos por passageiro transportado. Se a bilhetagem não for confiável, além do passageiro que é prejudicado no cálculo, estamos sendo prejudicados por não receber o valor correto."

De acordo com Franceschi, as empresas não têm "acesso nenhum" ao número de passageiros que utilizam o transporte com cartão. "O que é pago com dinheiro fica na empresa. O resto, não temos acesso, nos é repassado pela Urbs depois dos devidos descontos."

O Setransp também alega que, quando o contrato do transporte foi firmado com a Prefeitura de Curitiba, em 2011, a Urbs informou às empresas haver um saldo R$ 100 milhões no Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), proveniente de vale transporte vendido e ainda não utilizado. "A Urbs não tem dinheiro para nos pagar, e o fundo, que teria que estar com o dinheiro do transporte, também não. Onde foi usado? Nós não sabemos. Quem tem que verificar é uma auditoria independente, é o Ministério Público", afirma Franceschi.

Ele informa que os advogados dos empresários estão redigindo uma denúncia para ser protocolada junto ao MP, pedindo a auditoria no sistema de bilhetagem e no FUC. "Quanto mais entrou no fundo de três anos para cá? Nós não estamos conseguindo saber, teremos que acionar mecanismos legais." O Setransp também afirma ter protocolado na Urbs um pedido para acompanhar, junto com o MP, o cálculo tarifário.

Urbs descontou R$ 1,3 mi das empresasNa quinta-feira, a Urbs descontou R$ 1,37 milhão das empresas que operam o transporte coletivo, por descumprimento de indicadores de qualidade. Para o conselheiro do Setransp Dante Luiz Franceschi, a medida foi uma retaliação à liminar obtida pelos empresários na Jusiça, determinando que o órgão pague os R$ 9,6 milhões atrasados. O argumento é que os descontos foram feitos em meses aleatórios e apenas de algumas empresas. "Qualidade é um critério subjetivo. Quem determina o número de viagens, os ônibus em circulação é a Urbs. Nós não podemos pedir para colocar mais ônibus, a Urbs é que é a responsável por isso."

Em agosto do ano passado, o Setransp obteve liminar na Justiça, impedindo a Urbs de reter a remuneração das empresas em função do não cumprimento dos indicadores de qualidade do sistema. A ação foi movida pelo sindicato logo após a Urbs notificar as empresas de que passaria a reter previamente os 3% para aferir o cumprimento dos indicadores de qualidade.

AtrasosNa sexta-feira passada (14), o Setransp obteve liminar na Justiça, determinando que a Urbs quite os repasses atrasados em um prazo de cinco dias úteis, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. A Urbs, que admite atrasos no pagamento, recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná, na quinta-feira. O argumento é que o órgão gestor do sistema tem trabalhado para sanar o problema dos atrasos, inclusive, cobrando os repasses atrasados do governo do estado. Por meio de assessoria, a Urbs informou que espera que a posição do TJ saia até segunda-feira (24), quando vence o prazo estipulado pela Justiça para realizar os pagamentos.

No início da tarde, a Urbs informou que o presidente do órgão, Roberto Gregório, responderá as questões levantadas pelo Setransp em entrevista coletiva, às 16 horas desta sexta-feira.

Mais informações em breve.

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