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O ministro da Educação. Camilo Sobreira de Santana, e o presidente Lula
O ministro da Educação. Camilo Sobreira de Santana, e o presidente Lula| Foto: Valter Campanato | Agência Brasil

Após a polêmica sobre suposto vazamento de provas do Enem 2023, surgem novas críticas ao tipo de conteúdo das questões apresentadas na primeira fase do exame que aconteceu neste fim de semana. Além de trazer textos críticos à propriedade privada, o Enem associou o agronegócio à violência no campo e ao avanço do desmatamento.

Em uma das questões, a prova traz um artigo publicado em 2021, na revista Élisée da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em que os autores questionam a “lógica do agronegócio”.

“No cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado. Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a ‘pragatização’ dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”, diz a questão colocada para análise.

Nas alternativas, os candidatos deveriam responder se o texto trata do “cerco aos camponeses”; do descaso aos “latifundiários”; do desprezo ao assalariado; do desrespeito aos governantes ou do “assédio ao empresariado”.

“Inacreditável essa questão do Enem 2023! O mais curioso disso tudo, é que o papel da prova possivelmente foi produzido em uma planta de celulose no cerrado brasileiro”, disse o Instituto Formun ao comentar nas redes sociais sobre a questão formulada pelo Enem.

“Se não fosse pelos produtores rurais, sejam eles pequenos, médios, grandes ou muito grandes, a verdade é que não poderíamos nos reunir à mesa com alegria, não teríamos a possibilidade de crescimento cada vez maior do País, não teríamos a certeza do alimento”, continuou a entidade.

Em outra questão, o Enem apresentou para análise um texto de 2006 em que o autor associa a produção de soja ao aumento do desmatamento.

“É evidente que o desmatamento tem a ver também com a expansão da soja, porém atribuir a ela o fato principal parece não totalmente correto. Parto da compreensão central de que a lógica que gera o desmatamento está articulada pelo tripé grileiros, madeireiros e pecuaristas”, diz um trecho da questão.

A aprova também trouxe questões com elogios ao escritor Paulo Freire e com análise sobre a teoria do chamado “racismo estrutural”.

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